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com la idea de que su mejor des<strong>em</strong>peño produciría un mejoramiento en las condiciones de<br />
vida del campo, por efecto de derrame (TREJOS, 1998, p.8).<br />
Nos aparatos institucio<strong>na</strong>is locais, estabeleci<strong>do</strong>s para conduzir estas estratégias<br />
de desenvolvimento, a importância da criação de entidades para-gover<strong>na</strong>mentais ou<br />
privadas era considerada maior à medida que foss<strong>em</strong> desfavoráveis os diagnósticos<br />
elabora<strong>do</strong>s pelas agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de cooperação ao desenvolvimento sobre as<br />
estruturas locais de governo, sobre sua concordância ou não ao ideário<br />
desenvolvimentista e sobre sua capacidade organizacio<strong>na</strong>l para conduzir as estratégias<br />
modernizantes. 19 Estas entidades privadas eram vistas, de uma maneira geral, como<br />
interlocutoras alter<strong>na</strong>tivas àqueles governos estatistas, neutralistas ou francamente prósocialistas<br />
que começavam a aparecer com maior freqüência, tanto <strong>na</strong> Europa quanto<br />
nos países latino-americanos mais importantes (IICA, 1989; ALBUQUERQUE, 1995).<br />
Também concorria o fato da inexistência, <strong>em</strong> alguns países, de estruturas<br />
gover<strong>na</strong>mentais, que possibilitass<strong>em</strong> um tipo de trabalho mais próximo às bases sociais<br />
e dispusess<strong>em</strong> de um corpo técnico devidamente qualifica<strong>do</strong>. Nos países nos quais havia<br />
uma franca receptividade gover<strong>na</strong>mental ao ideário desenvolvimentista e próestadunidense,<br />
a ca<strong>na</strong>lização de recursos seguia via burocracia estatal; caso contrário,<br />
trilhou-se o caminho das entidades privadas. Em muitos <strong>do</strong>s casos, aos olhos das<br />
agências de cooperação, estas entidades, funcio<strong>na</strong>lmente, eram vistas como<br />
“ca<strong>na</strong>liza<strong>do</strong>ras mais eficientes de insumos para o desenvolvimento”. As burocracias<br />
locais, por outro la<strong>do</strong>, eram por vezes diagnosticadas como genericamente i<strong>na</strong>ptas <strong>na</strong><br />
impl<strong>em</strong>entação de políticas públicas, ineficientes no uso ou aplicação <strong>do</strong>s recursos e<br />
propensas à corrupção (MASONI, 1985, IICA, 1989).<br />
Foi neste con<strong>texto</strong> que começaram a surgir diversas agências, entidades e<br />
organizações para-gover<strong>na</strong>mentais ou privadas, criadas para promover programas de<br />
desenvolvimento volta<strong>do</strong>s às populações mais carentes, especialmente as de pequenos<br />
produtores rurais. As políticas norte-america<strong>na</strong> e européia de ajuda filantrópica e de<br />
cooperação inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l representaram, geralmente, o suporte fi<strong>na</strong>nceiro e forneceram<br />
o norteamento ideológico da ação destas agências. Sob a influência deste ideário, por<br />
ex<strong>em</strong>plo, começou a se organizar, no Brasil <strong>do</strong> começo <strong>do</strong>s anos 50, o aparato de<br />
extensão rural, principal agente divulga<strong>do</strong>r da modernização da agricultura no país <strong>na</strong>s<br />
duas décadas que se seguiram à sua impl<strong>em</strong>entação. Forja<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> modelo norteamericano,<br />
instaurou-se inicialmente por Mi<strong>na</strong>s Gerais e <strong>em</strong> poucos anos espalharam-se<br />
pelo país as associações de assistência técnica e crédito rural (ACAR), constituídas<br />
como entidades privadas s<strong>em</strong> fins lucrativos que objetivavam levar às comunidades<br />
rurais mais r<strong>em</strong>otas os preceitos da agricultura moder<strong>na</strong>. A institucio<strong>na</strong>lização <strong>do</strong>s<br />
aparatos de assistência técnica e crédito rural foram viabiliza<strong>do</strong>s principalmente por<br />
intermédio de convênios com fundações norte-america<strong>na</strong>s a American Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l<br />
Association for Economic Development (AIA), criada por Nelson Rockefeller <strong>em</strong> 1946<br />
(FONSECA, 1985).<br />
Durante os anos 60, as estratégias de desenvolvimento começaram a valorizar<br />
outros aspectos que iam além <strong>do</strong> mero incr<strong>em</strong>ento físico das produções. Os diversos<br />
19 Os processos de desenvolvimento rural, <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> estão intimamente relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s às entidades<br />
creditícias inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is (Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento, essencialmente) e a<br />
organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de assessoria e assistência técnica, especialmente a FAO, ao Instituto Interamericano<br />
de Cooperação Agrícola (IICA) e a Organização <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Americanos (OEA) (IICA, 1989).<br />
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