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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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umos, objetivos e estratégias institucio<strong>na</strong>is. Este con<strong>texto</strong> de mudanças ocorria <strong>em</strong><br />

momento <strong>em</strong> que as agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de cooperação ao desenvolvimento davam<br />

si<strong>na</strong>is tanto de retração de seus investimentos, redefinin<strong>do</strong> prioridades geopolíticas. Ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po, elas passaram a exigir resulta<strong>do</strong>s mais concretos das ações que<br />

apoiavam, sugerin<strong>do</strong> que as ONGs se tor<strong>na</strong>ss<strong>em</strong> suas agências mais profissio<strong>na</strong>lizadas.<br />

Para as ONGs, a conjuntura política <strong>do</strong> fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong>s anos 80 também foi marcada<br />

pela intensa mobilização social provocada pela Ass<strong>em</strong>bléia Nacio<strong>na</strong>l Constituinte de<br />

1987. Dois anos depois, a campanha das eleições presidenciais animou o debate sobre<br />

as alter<strong>na</strong>tivas políticas, principalmente diante da possibilidade de eleição de um<br />

candidato representante das forças políticas de esquerda. Entre as ONGs havia o desejo<br />

de afirmação pública de suas propostas de mudança social. Com a vitória de Collor de<br />

Mello e o impacto de suas primeiras medidas administrativas, ficou claro que as ONGs<br />

que historicamente estiveram comprometidas com o projeto d<strong>em</strong>ocrático e ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

movimentos sociais precisavam afirmar publicamente sua postura histórica. O<br />

reconhecimento público tornou-se, inclusive para a AS-PTA, um objetivo no processo<br />

de afirmação de sua proposta.<br />

Neste con<strong>texto</strong>, as relações entre as ONGs e o Esta<strong>do</strong> transitaram para um outro<br />

patamar. Os seus encontros com a institucio<strong>na</strong>lidade pública iam acontecen<strong>do</strong> por meio<br />

de parcerias pontuais, principalmente com governos municipais conquista<strong>do</strong>s pelo<br />

Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res. Com o passar <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po estes encontros foram relativizan<strong>do</strong><br />

a sua postura anti-Esta<strong>do</strong> e despertan<strong>do</strong> o interesse pelos processos de discussão,<br />

elaboração e deliberação de políticas públicas. Este interesse, com outras intenções,<br />

também era manifesta<strong>do</strong> pelo Esta<strong>do</strong>. No con<strong>texto</strong> de influência <strong>do</strong> neoliberalismo e,<br />

mais adiante, no processo de reforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, havia cada vez mais espaço para a<br />

atuação de organizações que ocupass<strong>em</strong> os espaços <strong>do</strong>s quais o Esta<strong>do</strong> se ausentava. Os<br />

processos de descentralização administrativa reforçaram este processo de valorização<br />

utilitarista da ONGs ao idealizar que a aproximação entre os probl<strong>em</strong>as e a gestão<br />

tor<strong>na</strong>ria a oferta de soluções um processo mais eficiente. Deste mo<strong>do</strong>, nesta conjuntura,<br />

to<strong>do</strong>s os caminhos conduziam à ação localizada, associan<strong>do</strong> a dinâmica territorial <strong>do</strong>s<br />

processos de desenvolvimento à intervenção de organizações sociais substituin<strong>do</strong> ou<br />

compl<strong>em</strong>entan<strong>do</strong> a ação estatal.<br />

Por um la<strong>do</strong>, os processos de descentralização administrativa traziam para as<br />

ONGs a necessidade de enfrentar o t<strong>em</strong>a <strong>do</strong> poder local, o que conduziu ao<br />

questio<strong>na</strong>mento e à relativização da sua histórica postura anti-Esta<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, as<br />

recomendações das agências de cooperação inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l sugeriam um tipo de<br />

intervenção mais pragmática das ONGs, conduzin<strong>do</strong> ao questio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong> caráter<br />

idealista de suas propostas e à relativização <strong>do</strong> ativismo característico da atuação de<br />

seus atores.<br />

Inicialmente, a AS-PTA reagiu a este con<strong>texto</strong> colocan<strong>do</strong> <strong>em</strong> discussão, entre os<br />

seus parceiros históricos, a <strong>na</strong>tureza <strong>do</strong> trabalho que havia desenvolvi<strong>do</strong> até então. Deste<br />

processo de avaliação surgiram algumas constatações importantes. Concluiu-se que era<br />

necessário desenvolver novos méto<strong>do</strong>s de conhecimento, de intervenção <strong>na</strong>s realidades<br />

locais e de difusão das soluções descobertas. Além disso, reven<strong>do</strong> o formato<br />

institucio<strong>na</strong>l até então a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelo PTA-FASE, ao invés da busca por uma unidade de<br />

ação, recomendava-se a <strong>em</strong>ancipação das equipes técnicas, dispersas <strong>em</strong> vários esta<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> país, transforman<strong>do</strong>-as <strong>em</strong> ONGs autônomas <strong>em</strong> relação à AS-PTA. Esta, por sua<br />

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