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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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O papel que o Esta<strong>do</strong> assumirá nos processos de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento<br />

de determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s setores da agricultura familiar dependerá, nesta visão, da capacidade de<br />

mobilização e pressão política das organizações <strong>do</strong>s agricultores. Para a AS-PTA, a<br />

forte presença <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, garantin<strong>do</strong> investimentos públicos, tor<strong>na</strong>va-se condição<br />

essencial à realização <strong>do</strong> projeto de mudança social deseja<strong>do</strong>. Este papel ganha maior<br />

relevo quan<strong>do</strong> consideramos que o processo de inovação tecnológica, basea<strong>do</strong> nos<br />

referenciais da agroecologia, dependerá, de mo<strong>do</strong> decisivo e cada vez mais, de pesquisa<br />

científica – tanto básica quanto aplicada – para dar conta de probl<strong>em</strong>as complexos e<br />

bastante específicos para os quais modelos generalizáveis não são apropria<strong>do</strong>s. Este é o<br />

caso, por ex<strong>em</strong>plo, da d<strong>em</strong>anda por melhoramento genético das s<strong>em</strong>entes tradicio<strong>na</strong>is<br />

como des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong> trabalho de experimentação e recuperação de variedades<br />

<strong>na</strong>tivas que v<strong>em</strong> ocorren<strong>do</strong> tanto <strong>na</strong> Paraíba quanto no Paraná. Nestes casos, são as<br />

universidades públicas e os centros de pesquisa agropecuária, <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is ou estaduais,<br />

que estão mais b<strong>em</strong> estrutura<strong>do</strong>s para desenvolver pesquisas.<br />

A ampliação <strong>do</strong> diálogo e a realização de parcerias com as instituições públicas<br />

tor<strong>na</strong>m-se, portanto, requisitos fundamentais à consolidação da proposta de transição<br />

agroecológica da agricultura familiar defendida pela AS-PTA. Ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que<br />

reconhece o seu papel e importância nesta transição, o discurso elabora<strong>do</strong> chama a<br />

atenção para a necessidade de uma nova concepção sobre as suas relações com as<br />

institucio<strong>na</strong>lidades públicas neste processo:<br />

Este fato aponta um caminho para a promoção da agricultura sustentável no Brasil: a ação<br />

concertada entre Esta<strong>do</strong> e sociedade civil, <strong>em</strong> que o primeiro cumpre seu papel regula<strong>do</strong>r e<br />

facilita<strong>do</strong>r, s<strong>em</strong> no entanto intentar substituir ou se confundir com as iniciativas e projetos<br />

da sociedade civil (...) Na atual fase de amadurecimento e de irradiação de efeitos da<br />

agricultura ecológica no Brasil, essas parcerias [entre Esta<strong>do</strong> e organizações da sociedade]<br />

deveriam, de um la<strong>do</strong>, potencializar e fortalecer a ação inova<strong>do</strong>ra e a capacidade<br />

d<strong>em</strong>onstrativa, experimental e irradia<strong>do</strong>ra desse conjunto de instituições da sociedade civil<br />

e <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, atuantes <strong>na</strong> construção de um novo modelo; e, de outro la<strong>do</strong>, favorecer a<br />

transição <strong>do</strong> que constitui hoje um conjunto de experiências localizadas para práticas<br />

massificadas de produção agropecuária, mediante amplos e diversifica<strong>do</strong>s processos de<br />

sensibilização <strong>do</strong>s produtores, de difusão <strong>do</strong>s conhecimentos e de recomendação<br />

estimula<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s instrumentos de políticas agrícola e agrária (ALMEIDA et al., 2001,<br />

pp.102-3).<br />

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