Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ
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Utilização <strong>do</strong>s Recursos, realizada nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> 1949. Foi a primeira<br />
conferência da ONU a tratar de um t<strong>em</strong>a ambiental, <strong>em</strong>bora seus debates se limitass<strong>em</strong><br />
a aspectos científicos e não tivess<strong>em</strong> obti<strong>do</strong> maiores repercussões, <strong>em</strong> uma época <strong>em</strong><br />
que os países enfrentavam t<strong>em</strong>as de maior prioridade, como a reconstrução das cidades<br />
e a luta contra a fome após a Segunda Guerra mundial (MEYER, 1994). Naquele mesmo<br />
ano, paralelamente ao evento da ONU, aconteceu a Conferência Técnica sobre Proteção<br />
da Natureza, com participação de organizações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e representantes de<br />
instituições de pesquisa. As conclusões desta conferência – de caráter mais político que<br />
a da ONU – foram visionárias, ao antecipar preocupações que ressurgiriam com maior<br />
força uma década depois. Suas conclusões defendiam, por ex<strong>em</strong>plo, a necessidade de<br />
promoção <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da ecologia huma<strong>na</strong> “para melhor proteger a <strong>na</strong>tureza; considerar o<br />
impacto ambiental <strong>do</strong>s grandes projetos de desenvolvimento; controlar o uso de<br />
pesticidas <strong>na</strong> agricultura etc.” (LEIS, 1999, p.76).<br />
Nos anos 60, os estu<strong>do</strong>s com perspectiva ambientalista ganharam enorme<br />
notoriedade. Seguin<strong>do</strong> uma visão catastrófica sobre o futuro da humanidade, estes<br />
estu<strong>do</strong>s difundiam os perigos da crença no crescimento econômico e no avanço<br />
tecnológico ilimita<strong>do</strong>s, marcan<strong>do</strong> uma forte oposição entre preservação ambiental e<br />
crescimento econômico. Alguns trabalhos eram basea<strong>do</strong>s <strong>em</strong> idéias neomalthusia<strong>na</strong>s,<br />
relacio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> o crescimento populacio<strong>na</strong>l à progressão <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as ambientais; outros<br />
denunciavam o progresso tecnológico e seus efeitos deletérios como os verdadeiros<br />
vilões ambientais. O livro de Rachel Carson, “Primavera silenciosa”, publica<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />
1962, pertencia a este segun<strong>do</strong> grupo. Ele trazia um estu<strong>do</strong> de limitadas pretensões<br />
acadêmicas que, no entanto, alcançou enorme repercussão ao denunciar os abusos <strong>na</strong><br />
utilização de agrotóxicos <strong>na</strong> moder<strong>na</strong> agricultura norte-america<strong>na</strong> e seus efeitos sobre o<br />
meio ambiente (HECHT, 1989). Nesta mesma linha, foi publica<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1971 o livro “The<br />
closing circle: <strong>na</strong>ture, man and technology”, no qual Barry Commoner, um biólogo<br />
norte americano, argumentava que os avanços tecnológicos eram os principais<br />
responsáveis pela degradação ambiental. Duas outras obras de grande repercussão<br />
<strong>na</strong>quela época foram o livro “The population bomb” (1968), de Paul Ehrlich, e o artigo<br />
“Tragedy of the commons” (1968) de Garret Hardin, ambos biólogos que construíram<br />
seus argumentos a partir de idéias malthusia<strong>na</strong>s. Estes trabalhos, de um mo<strong>do</strong> geral,<br />
questio<strong>na</strong>vam o “desenvolvimento <strong>do</strong> industrialismo (...) relacio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> a degradação<br />
ambiental <strong>do</strong>s recursos <strong>na</strong>turais ao crescimento populacio<strong>na</strong>l” (EHLERS, 1994, p.58).<br />
Os encontros acadêmicos e políticos (congressos, s<strong>em</strong>inários, conferências) se<br />
sucediam com maior freqüência e, ao reunir estudiosos, políticos e ativistas, tinham o<br />
papel de diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>r novas idéias e informações científicas de pesquisas de cunho<br />
ecológico e ambiental, consolidan<strong>do</strong> novas visões sobre os processos de<br />
desenvolvimento e sua relação com o uso <strong>do</strong>s recursos <strong>na</strong>turais. Assim, <strong>em</strong> 1968<br />
aconteceu <strong>em</strong> Paris a Conferência Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l da Biosfera, organizada pela UNESCO<br />
(Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura), ocasião <strong>em</strong> que ficou<br />
acordada a necessidade de organizar um encontro de maior porte, patroci<strong>na</strong><strong>do</strong> pela<br />
ONU, para debater, de maneira mais ampla, os probl<strong>em</strong>as da relação entre<br />
desenvolvimento econômico e meio ambiente (MEYER, 1994). Este encontro de maior<br />
porte viria a ser a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e<br />
Desenvolvimento (UNCED), realizada <strong>em</strong> Estocolmo <strong>na</strong> Suécia, <strong>em</strong> 1972.<br />
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