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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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Assessoria <strong>em</strong> quê? A AS-PTA considera que o avanço <strong>do</strong>s movimentos de pequenos<br />

produtores para a conquista de um modelo de desenvolvimento agroecológico implica <strong>em</strong><br />

formular uma série de méto<strong>do</strong>s de trabalho. Trata-se de criar méto<strong>do</strong>s participativos para<br />

todas as etapas de um processo de desenvolvimento. Isso vai desde o diagnóstico <strong>do</strong>s<br />

agroecossist<strong>em</strong>as <strong>do</strong>s pequenos produtores até a difusão maciça de propostas técnicas e<br />

organizativas que viabiliz<strong>em</strong> a peque<strong>na</strong> produção de forma sustentável. Neste caminho,<br />

passamos por questões ligadas à pesquisa, ao resgate de experiências camponesas, à<br />

pedagogia da capacitação, à comunicação, etc. A AS-PTA realiza, junto com as<br />

organizações da Rede PTA, um esforço permanente para identificar/desenvolver méto<strong>do</strong>s<br />

adequa<strong>do</strong>s que possam servir a milhares de organizações de produtores, técnicos, ONGs,<br />

etc. (...) as questões de méto<strong>do</strong> são cruciais <strong>na</strong> identificação/resolução <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as<br />

encontra<strong>do</strong>s pelos produtores. São eles que permit<strong>em</strong> acumular soluções técnicas para a<br />

infinita variedade de situações vividas pelos agricultores brasileiros <strong>na</strong> imensa diversidade<br />

de condições econômicas e sociais <strong>em</strong> que estão inseri<strong>do</strong>s (WEID, 1991, p.8).<br />

A redefinição <strong>do</strong>s rumos da ação e a busca pelo aprimoramento de méto<strong>do</strong>s de<br />

conhecimento e de diagnóstico da realidade partia de certos pressupostos. Avaliava-se<br />

que, de um mo<strong>do</strong> geral, a intervenção nos processos produtivos vinha ocorren<strong>do</strong> a partir<br />

de um conhecimento insuficiente destes processos, o que quase s<strong>em</strong>pre induzia à oferta<br />

de soluções muito gerais ou, por outro la<strong>do</strong>, reducionistas, mesmo que qualificadas de<br />

alter<strong>na</strong>tivas ou ecologicamente orientadas e que foss<strong>em</strong> produto das melhores intenções<br />

por parte <strong>do</strong>s seus técnicos. Falan<strong>do</strong> sobre o trabalho desenvolvi<strong>do</strong> pelo Centro de<br />

Tecnologias Alter<strong>na</strong>tivas da Zo<strong>na</strong> da Mata (CTA-ZM), um <strong>do</strong>s técnicos avaliou que:<br />

(...) no início de 1990 conclui-se que depois de <strong>do</strong>is anos de atuação o CTA-ZM deixava<br />

muito a desejar <strong>em</strong> termos de trabalho técnico aplica<strong>do</strong>. As propostas eram muito limitadas,<br />

principalmente pelo alto grau de generalidade <strong>em</strong> que se baseavam (FERRARI, 1991,<br />

p.32).<br />

Para encontrar soluções mais eficazes “era necessário aprofundar a análise <strong>do</strong>s<br />

sist<strong>em</strong>as [de produção <strong>do</strong>s agricultores] para identificar os probl<strong>em</strong>as chave” (WEID,<br />

1991a, p.30), superan<strong>do</strong> as soluções generalistas, tão difundidas nos primeiros t<strong>em</strong>pos<br />

<strong>do</strong> PTA, ou seja, as técnicas agrícolas alter<strong>na</strong>tivas ao <strong>em</strong>prego de insumos modernos:<br />

cobertura morta, compostag<strong>em</strong> e curvas de nível, por ex<strong>em</strong>plo. O uso de méto<strong>do</strong>s de<br />

diagnósticos participativos surgia como meio mais apropria<strong>do</strong> para conhecer melhor a<br />

realidade e os probl<strong>em</strong>as particulares de cada região. Nesta visão considerava, como<br />

pressuposto, a marcante heterogeneidade <strong>do</strong>s atores e <strong>do</strong>s processos envolvi<strong>do</strong>s,<br />

inclusive a diversidade da base ambiental que dava suporte à exploração agrícola nos<br />

diversos con<strong>texto</strong>s. Deste mo<strong>do</strong>, no processo de intervenção, cada caso tor<strong>na</strong>va-se<br />

peculiar, a ação para o desenvolvimento deveria ser, estrategicamente, local, pois “cada<br />

grupo ou comunidade está sujeito a um con<strong>texto</strong> específico que impõe probl<strong>em</strong>as e<br />

oportunidades próprias” (PETERSEN, 1996, p.1).<br />

Pressupunha-se também que os agricultores seriam detentores <strong>do</strong> acervo de<br />

informações mais valioso para a construção <strong>do</strong>s diagnósticos e, posteriormente, para a<br />

definição das recomendações para a ação (ALMEIDA, 1991). O conhecimento técnico ou<br />

científico, neste caso, era ti<strong>do</strong> como acessório, só teria um senti<strong>do</strong> processual caso<br />

interagisse com os conhecimentos e informações culturalmente construí<strong>do</strong>s pelos<br />

agricultores <strong>em</strong> sua lida cotidia<strong>na</strong> com os seus fatores de produção. Para esta<br />

circunstância, a participação <strong>do</strong>s agricultores <strong>na</strong> construção <strong>do</strong>s diagnósticos seria<br />

condição indispensável e, almejava-se, deveria ir além das boas intenções presentes nos<br />

discursos. Assim, nesta concepção, t<strong>em</strong>-se que a resolução <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as referentes à<br />

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