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(CEPAL), um órgão regio<strong>na</strong>l das Nações Unidas liga<strong>do</strong> ao Conselho Econômico e<br />

Social. Influencia<strong>do</strong>s pela crise econômica latino-america<strong>na</strong> <strong>do</strong>s anos 30 e 40, estes<br />

autores dedicaram estu<strong>do</strong>s à compreensão <strong>do</strong>s entraves econômicos ao desenvolvimento<br />

destes países. Nesta <strong>em</strong>preitada, rejeitaram a tradicio<strong>na</strong>l argumentação da economia<br />

neoclássica sobre o comércio inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e elaboraram uma nova teoria explicativa<br />

que deveria servir de base à formação de políticas econômicas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is (HUNT,<br />

1989). 51<br />

Na visão <strong>do</strong>s estruturalistas, o mo<strong>do</strong> de inserção <strong>do</strong>s países subdesenvolvi<strong>do</strong>s <strong>na</strong><br />

economia mundial os tor<strong>na</strong>ra, historicamente, fornece<strong>do</strong>res de matérias-primas baratas<br />

para as economias avançadas e importa<strong>do</strong>res de bens de consumo e tecnologias. Esta<br />

posição, além de representar um entrave ao desenvolvimento, havia gera<strong>do</strong>, nos países<br />

pobres, estruturas econômicas dualistas, <strong>na</strong>s quais conviviam um setor majoritário, de<br />

economia atrasada ou tradicio<strong>na</strong>l, voltada ao autoconsumo e pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nt<strong>em</strong>ente rural,<br />

com um pequeno setor <strong>em</strong>ergente, tecnologicamente mais moderno, que baseava sua<br />

economia no trabalho assalaria<strong>do</strong>. Este setor moderno dependia da importação de<br />

tecnologia para a sua manutenção e sofria com a falta de expansão <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s<br />

internos. Diante deste quadro, os estruturalistas argumentavam que o objeto <strong>do</strong><br />

desenvolvimento deveria ser a transformação estrutural destas economias <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, de<br />

mo<strong>do</strong> a possibilitar o seu crescimento econômico e uma outra posição <strong>na</strong> ord<strong>em</strong><br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Espelhan<strong>do</strong>-se <strong>em</strong> caminhos já trilha<strong>do</strong>s por <strong>na</strong>ções desenvolvidas, a<br />

principal recomendação política desta concepção de desenvolvimento era romper a<br />

dependência às exportações primárias e expandir e diversificar o setor industrial interno,<br />

o que envolvia desde a a<strong>do</strong>ção de medidas para possibilitar uma melhor distribuição da<br />

renda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l até a promoção de reformas <strong>na</strong>s estruturas agrárias pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ntes. Estas<br />

transformações estruturais deveriam ocorrer sob a promoção <strong>do</strong>s governos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

com a ajuda da cooperação inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ao desenvolvimento, <strong>em</strong> processos de longo<br />

prazo e por meio de negociadas reformas políticas e econômicas.<br />

Um outro diagnóstico, com as suas recomendações políticas associadas, foi feito<br />

pelos economistas que defendiam a expansão <strong>do</strong> capitalismo “mais b<strong>em</strong>-sucedi<strong>do</strong>” e<br />

auto-sustenta<strong>do</strong> aos países subdesenvolvi<strong>do</strong>s, como mo<strong>do</strong> para resolver seus probl<strong>em</strong>as<br />

econômicos ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que contribuíam à contenção da possibilidade de<br />

expansão <strong>do</strong> comunismo no cenário geopolítico da Guerra Fria. Revelava-se nesta<br />

perspectiva, para além <strong>do</strong>s objetivos econômicos, um forte viés ideológico <strong>na</strong> luta<br />

contra a diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>ção <strong>do</strong>s ideais socialistas ou comunistas, principalmente <strong>na</strong> América<br />

Lati<strong>na</strong>. Para HUNT (1989), estes teóricos construíram um paradigma de<br />

desenvolvimento econômico que foi por ela denomi<strong>na</strong><strong>do</strong> de “paradigma da expansão <strong>do</strong><br />

núcleo capitalista dinâmico” 52 . Estas formulações teriam si<strong>do</strong> sintetizadas <strong>em</strong> <strong>do</strong>is<br />

importantes trabalhos publica<strong>do</strong>s por Lewis e Rostow, <strong>em</strong> 1954 e 1956,<br />

respectivamente.<br />

Ao contrário <strong>do</strong>s estruturalistas, os teóricos da expansão <strong>do</strong> núcleo capitalista<br />

dinâmico diagnosticavam que os constrangimentos ao crescimento econômico <strong>do</strong>s<br />

51 HUNT (1989, p.49) explica que durante os anos 50 até o início <strong>do</strong>s 60 a perspectiva estruturalista atraiu<br />

importantes economistas além <strong>do</strong>s latino-americanos, o que contribuiu à diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>ção mundial de seus<br />

postula<strong>do</strong>s. Hans Singer e Duddley Seers são cita<strong>do</strong>s pela autora por suas contribuições ao estruturalismo.<br />

52 No origi<strong>na</strong>l: “the paradigm of expanding capitalist nucleus”, como já foi cita<strong>do</strong> anteriormente.<br />

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