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países pobres eram determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s por fatores internos, muito mais <strong>do</strong> que por<br />
condicio<strong>na</strong>ntes históricos externos, <strong>em</strong>bora eles também devess<strong>em</strong> ser considera<strong>do</strong>s.<br />
Estes fatores determi<strong>na</strong>ntes eram atribuí<strong>do</strong>s às instituições tradicio<strong>na</strong>is, às atitudes<br />
locais e, principalmente, à baixa capacidade destes países para poupar, o que lhes<br />
possibilitaria investir <strong>em</strong> seu próprio desenvolvimento. Este diagnóstico indicava a<br />
necessidade de transformar a economia tradicio<strong>na</strong>l, suas instituições obsoletas e as<br />
mentalidades atrasadas que lhes davam suporte. Ao mo<strong>do</strong> <strong>do</strong> receituário estruturalista,<br />
deveria ser incentivada uma economia capitalista mais dinâmica, cuja base seria o<br />
trabalho assalaria<strong>do</strong>. Nesta economia moder<strong>na</strong>, a classe <strong>em</strong>presarial ganhava destaque<br />
especial. Os <strong>em</strong>presários seriam aqueles com maior capacidade para acumular capital,<br />
poupar e investir <strong>na</strong> produção, por isso deveriam receber to<strong>do</strong>s os incentivos. A<br />
concentração de renda <strong>na</strong> classe <strong>em</strong>presarial ou capitalista possibilitaria a manutenção<br />
de taxas elevadas de crescimento econômico.<br />
From these propositions more specific recommendations follow with respect to wage<br />
policy, fiscal policy and the choice of production technology, all designed to enhance the<br />
rate of profit and the command over scarce resources of the capitalist class, and, hence, the<br />
rate of productive accumulation (HUNT, 1989, p.63).<br />
Estas duas perspectivas, ou paradigmas, a estruturalista e a da expansão <strong>do</strong><br />
núcleo capitalista dinâmico, conformaram um conjunto de recomendações amplamente<br />
difundi<strong>do</strong> sobre o mo<strong>do</strong> de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento econômico nos países<br />
pobres. A ampla divulgação e aceitação deste modelo convencio<strong>na</strong>l estiveram<br />
relacio<strong>na</strong>das, de acor<strong>do</strong> com HUNT (1989), primeiro com a lógica relativamente simples<br />
de seus postula<strong>do</strong>s fundamentais, que lhe conferia um enorme potencial de difusão no<br />
nível teórico. Segun<strong>do</strong>, seu prognóstico otimista a respeito <strong>do</strong> desenvolvimento e o<br />
amplo apoio da cooperação inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l às iniciativas motivadas por este modelo de<br />
análise fizeram parte de um con<strong>texto</strong> mundial <strong>do</strong>mi<strong>na</strong><strong>do</strong> pela idéia de reconstrução <strong>do</strong><br />
cenário pós-guerra. Esta conjuntura contribuiu para diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>r a crença de que os<br />
entraves ao desenvolvimento poderiam ser venci<strong>do</strong>s com a ajuda inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e com o<br />
investimento para a modernização tecnológica <strong>do</strong>s países pobres via industrialização.<br />
Fin<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> de austeridade vivi<strong>do</strong> durante a guerra, as imagens <strong>do</strong> desenvolvimento<br />
e da prosperidade tor<strong>na</strong>ram-se ideologicamente imbatíveis <strong>na</strong>quela época.<br />
De acor<strong>do</strong> com a lógica <strong>do</strong> modelo convencio<strong>na</strong>l, as ações de promoção <strong>do</strong><br />
desenvolvimento não poderiam, inicialmente, ser dissociadas de um caráter intencio<strong>na</strong>l<br />
e planificável que garantiss<strong>em</strong> uma determi<strong>na</strong>da direção às mudanças desejadas. Neste<br />
senti<strong>do</strong>, o desenvolvimento representaria um progresso cumulativo, incr<strong>em</strong>ental ou<br />
mesmo revolucionário <strong>em</strong> direção a uma melhoria das condições inicialmente<br />
diagnosticadas como desfavoráveis, que equiparasse as sociedades a um da<strong>do</strong> padrão<br />
evolutivo de bom funcio<strong>na</strong>mento econômico. 53 Desenvolvimento e progresso se<br />
apresentam, geralmente, como concepções entrelaçadas, <strong>em</strong>bora a noção de<br />
desenvolvimento tenha se tor<strong>na</strong><strong>do</strong>, a<strong>na</strong>liticamente, um conceito organiza<strong>do</strong>r com maior<br />
poder de orientação de méto<strong>do</strong>s e de direcio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong>s processos que buscaram<br />
realizar mudanças <strong>na</strong>s sociedades (COWEN & SHENTON, 1996).<br />
53 Em diversos <strong>texto</strong>s a noção de desenvolvimento aparece como a denomi<strong>na</strong>ção de processos históricos <strong>em</strong> que<br />
as sociedades progrid<strong>em</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> agrário para o comercial e, fi<strong>na</strong>lmente, alcançam a industrialização.<br />
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