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pequenos produtores, cujas características (de organização social e técnica <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as<br />

produtivos) não eram estudadas nos cursos de graduação. 99<br />

As “equipes de TA”, como ficaram conheci<strong>do</strong>s os grupos de trabalho com<br />

tecnologias alter<strong>na</strong>tivas (TA), sob a coorde<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> PTA, iniciaram o trabalho para<br />

identificar, sist<strong>em</strong>atizar e difundir as novas tecnologias. Aquelas diretamente vinculadas<br />

ao PTA foram estabelecidas no Rio Grande <strong>do</strong> Sul, <strong>em</strong> São Paulo, <strong>em</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais, <strong>na</strong><br />

Bahia, <strong>em</strong> Per<strong>na</strong>mbuco, no Espírito Santo e <strong>na</strong> Paraíba. Além destas, foram instituídas<br />

equipes <strong>em</strong> outras ONGs que já vinham desenvolven<strong>do</strong> atividades de apoio aos<br />

pequenos produtores. Foram criadas três equipes de TA no Rio Grande <strong>do</strong> Sul, três no<br />

Paraná, duas <strong>em</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais, uma <strong>em</strong> Santa Catari<strong>na</strong>, outra no Ceará e uma última no<br />

Maranhão. 100 As equipes de TA atuavam localmente, <strong>em</strong> regiões específicas <strong>em</strong> cada<br />

um <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s, buscan<strong>do</strong> identificar as d<strong>em</strong>andas tecnológicas das organizações de<br />

pequenos agricultores, pesquisan<strong>do</strong> as soluções potenciais que os próprios agricultores<br />

encontravam para que, depois de registradas, a<strong>na</strong>lisadas e sist<strong>em</strong>atizadas, pudess<strong>em</strong> ser<br />

organiza<strong>do</strong>s os meios para a sua difusão. Estas equipes trabalhavam para<br />

institucio<strong>na</strong>lizar redes de intercâmbio de informações sobre tecnologias alter<strong>na</strong>tivas<br />

(PTA-FASE, 1988, p.3).<br />

(...) to<strong>do</strong> o processo de atuação da Rede de Intercâmbio t<strong>em</strong> como fonte o cotidiano <strong>do</strong><br />

trabalho <strong>do</strong>s pequenos produtores. Busca s<strong>em</strong>pre resgatar experiências, técnicas, processos<br />

e idéias, alter<strong>na</strong>tivas à chamada tecnologia moder<strong>na</strong>, desenvolvidas por trabalha<strong>do</strong>res<br />

rurais, artesãos, técnicos, e que viess<strong>em</strong> superar dificuldades, usan<strong>do</strong> recursos e<br />

instrumentos pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nt<strong>em</strong>ente disponíveis no local, que poup<strong>em</strong> mão-de-obra, sejam de<br />

baixo custo, preserv<strong>em</strong> os recursos <strong>na</strong>turais e estejam <strong>em</strong> equilíbrio com o meio ambiente.<br />

Tanto interessava à Rede resgatar experiências, técnicas, processos, idéias novas, fruto de<br />

descobertas recentes, como tradicio<strong>na</strong>is, transmitidas de geração a geração. Do mesmo<br />

mo<strong>do</strong>, interessava indistintamente à Rede, experiências a nível individual, familiar ou<br />

coletivo, que diz<strong>em</strong> respeito aos processos produtivos, de comercialização, organização <strong>do</strong><br />

trabalho, beneficiamento e transformação <strong>do</strong>s produtos, conservação e armaze<strong>na</strong>g<strong>em</strong> e<br />

organização política (LIMA, 1987, p.4).<br />

A sist<strong>em</strong>ática de méto<strong>do</strong> de trabalho das equipes de TA que compunham a Rede<br />

PTA teve como uma de suas referências os objetivos inicialmente traça<strong>do</strong>s por Pablo<br />

Re<strong>na</strong>to Sidersky, um economista agrícola que trabalhou <strong>em</strong> uma equipe de TA com<br />

atuação <strong>em</strong> Per<strong>na</strong>mbuco e <strong>na</strong> Paraíba. Em maio de 1986, Sidersky, a partir de sua<br />

experiência de campo, definiu uma série de procedimentos a ser<strong>em</strong> aplica<strong>do</strong>s <strong>na</strong><br />

pesquisa de campo pelas equipes para identificar e sist<strong>em</strong>atizar tecnologias alter<strong>na</strong>tivas<br />

(SIDERSKY, 1986). Em um <strong>texto</strong> publica<strong>do</strong> pelo PTA-FASE e amplamente divulga<strong>do</strong><br />

entre os componentes das redes de intercâmbio, Sidersky explicou como deveriam ser<br />

os procedimentos para identificar os atores (“el<strong>em</strong>entos”) que comporiam uma rede de<br />

99 Para WEID (1988, p.7), “a formação das nossas universidades (<strong>em</strong> geral) e das nossas escolas de agronomia (<strong>em</strong><br />

particular) é <strong>do</strong> tipo metafísico. O produto das mesmas, salvo raríssimas e parciais exceções, é um técnico capaz<br />

ape<strong>na</strong>s de reproduzir técnicas – as <strong>do</strong> pacote moderniza<strong>do</strong>r – muito pouco criativo e s<strong>em</strong> nenhuma noção <strong>do</strong><br />

universo real, <strong>em</strong> particular o <strong>do</strong> pequeno produtor”.<br />

100 No processo de formação das Redes de tecnologias alter<strong>na</strong>tivas, <strong>em</strong> 1984 foram firma<strong>do</strong>s convênios com a<br />

ASSESSOAR e com o Centro de Formação Irmã Araújo, ambos no Paraná; com o Projeto Vianei (Santa<br />

Catari<strong>na</strong>), com o Centro Josué de Castro (Per<strong>na</strong>mbuco) e com o MOC (Bahia). Em um primeiro momento, ao<br />

PTA coube a coorde<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>do</strong>s trabalhos da rede de intercâmbio, com o passar <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, a<br />

complexificação das atividades e o aumento <strong>do</strong> número de profissio<strong>na</strong>is envolvi<strong>do</strong>s, foram criadas duas<br />

coorde<strong>na</strong>ções regio<strong>na</strong>is, no nordeste e no sul, que passaram a compartir com a coorde<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l o trabalho<br />

de gestão da rede (PTA-FASE, 1988, SOTO, 1992).<br />

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