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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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Neste fragmento de discurso também é interessante perceber como a noção de<br />

tecnologias alter<strong>na</strong>tivas começava a ceder espaço para a de agricultura alter<strong>na</strong>tiva,<br />

indican<strong>do</strong> que a proposta se ampliava e absorvia a importância dada pela ação concreta<br />

<strong>do</strong>s técnicos <strong>do</strong> projeto à difusão de suas intenções políticas. Em 1987 <strong>do</strong>is novos CTAs<br />

foram cria<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> Goiás o CTA/COMSAÚDE, fi<strong>na</strong>ncia<strong>do</strong> pela Zentralstelle fur<br />

Entwicklunghilfe, e <strong>em</strong> Mi<strong>na</strong>s o CTA-Zo<strong>na</strong> da Mata iniciou suas atividades <strong>em</strong><br />

nov<strong>em</strong>bro daquele ano. No Rio Grande <strong>do</strong> Sul, o CETAP a<strong>do</strong>tou, a partir de 1988, a<br />

estratégia de ação <strong>do</strong>s CTAs e tornou-se uma unidade d<strong>em</strong>onstrativa e de<br />

experimentação de tecnologias alter<strong>na</strong>tivas.<br />

SAUTIER & SIDERSKY (1989), <strong>em</strong>bora reconheçam a d<strong>em</strong>anda por unidades<br />

experimentais pelos técnicos e agricultores que compunham a rede PTA, afirmam que<br />

os CTAs surgiram s<strong>em</strong> que tivesse havi<strong>do</strong> uma avaliação mais profunda sobre o<br />

trabalho das redes de intercâmbio. As diversas unidades componentes da rede<br />

diversificavam suas ênfases, refletin<strong>do</strong> a autonomia que tinham <strong>em</strong> relação à<br />

coorde<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e a relativa falta de debate e avaliação sobre os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />

até então. Assim, enquanto os CTAs enfatizavam a capacitação e o acompanhamento<br />

das experiências de grupos de agricultores, outras equipes concentravam esforços no<br />

fortalecimento das redes de intercâmbio e outras, ainda, des<strong>em</strong>penhavam tanto o<br />

trabalho mais próximo ao <strong>do</strong>s CTAs quanto aquele mais relacio<strong>na</strong><strong>do</strong> à articulação<br />

política das organizações de agricultores. Na avaliação <strong>do</strong> PTA, os Centros de<br />

Tecnologias Alter<strong>na</strong>tivas surgiram de propostas apressadas:<br />

Na elaboração das propostas de CTAs, padeceu-se de alguns erros. Em to<strong>do</strong>s os casos, uma<br />

pré-condição para a montag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s CTAs seria uma ampla discussão e participação das<br />

bases sociais mais diretamente atingidas pela instalação <strong>do</strong>s mesmos. Este processo se deu<br />

de forma desigual, sen<strong>do</strong> um tanto super-estrutural e formal <strong>na</strong> Bahia e um pouco limita<strong>do</strong><br />

<strong>em</strong> Goiás e Mi<strong>na</strong>s Gerais. No caso baiano esta insuficiente preparação redun<strong>do</strong>u <strong>em</strong> atrasos<br />

e consultas à posteriori às bases – que mostraram-se firm<strong>em</strong>ente interessadas (...) a pressa<br />

com que foram montadas as primeiras propostas, com fim de levantar fun<strong>do</strong>s para os CTAs,<br />

resultou <strong>em</strong> que estas sofress<strong>em</strong> de certa generalidade, s<strong>em</strong> um plano operacio<strong>na</strong>l concreto<br />

para a instalação e funcio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong>s Centros (PTA-FASE, 1988, p.78).<br />

A experiência <strong>do</strong>s CTAs, <strong>em</strong>bora tenha si<strong>do</strong> b<strong>em</strong> sucedida <strong>em</strong> termos de<br />

produção de novos conhecimentos e melhorias <strong>na</strong> capacitação <strong>do</strong>s técnicos envolvi<strong>do</strong>s,<br />

também pôs à prova o ideal de valorização <strong>do</strong>s conhecimentos <strong>do</strong>s agricultores como<br />

el<strong>em</strong>ento precursor da busca e da construção de soluções alter<strong>na</strong>tivas ao enfrentamento<br />

<strong>do</strong>s seus probl<strong>em</strong>as. O objetivo <strong>do</strong> PTA era que os CTAs funcio<strong>na</strong>ss<strong>em</strong> como se foss<strong>em</strong><br />

peque<strong>na</strong>s propriedades, <strong>na</strong>s quais as técnicas e tecnologias identificadas pelas redes de<br />

TA pudess<strong>em</strong> ser <strong>integra</strong>das a sist<strong>em</strong>as de produção cria<strong>do</strong>s para enfrentar as mesmas<br />

condições adversas vivenciadas pelos agricultores das regiões <strong>na</strong>s quais se inseriam. A<br />

idéia era viabilizar sist<strong>em</strong>as de produção alter<strong>na</strong>tivos, reproduzíveis, depois de<br />

adapta<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> outras unidades produtivas.<br />

Este ideal, no entanto, era de difícil consecução. De acor<strong>do</strong> com WEID (1997,<br />

p.17), ainda que muitas práticas <strong>do</strong>s agricultores tivess<strong>em</strong> si<strong>do</strong> efetivamente <strong>integra</strong>das<br />

a sist<strong>em</strong>as de produção, as soluções tecnológicas construídas, <strong>na</strong> maioria <strong>do</strong>s casos,<br />

<strong>em</strong>bora partiss<strong>em</strong> da realidade <strong>do</strong>s agricultores, incorporavam pouco <strong>do</strong> conhecimento<br />

<strong>do</strong>s próprios agricultores no processo de adaptação pelo qual passavam antes de ser<strong>em</strong><br />

<strong>integra</strong>das a um determi<strong>na</strong><strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a de produção. Por isso, os sist<strong>em</strong>as produtivos que<br />

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