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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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pobres, possibilitan<strong>do</strong> uma maior eqüidade <strong>na</strong> distribuição da renda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (ILO,<br />

1972). Em 1974, uma equipe formada por técnicos <strong>do</strong> Banco Mundial e <strong>do</strong> Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l<br />

Development Studies (IDS) publicou uma coletânea de artigos cujo título acabou<br />

denomi<strong>na</strong>n<strong>do</strong> esta perspectiva econômica da primeira metade <strong>do</strong>s anos 70:<br />

“Redistribution with growth”. De acor<strong>do</strong> com HUNT (1989), estes últimos estu<strong>do</strong>s<br />

reforçavam as concepções e propostas de SEERS (1972) e ILO (1972), argumentan<strong>do</strong><br />

que uma melhor distribuição <strong>do</strong>s recursos poderia ser a saída para tor<strong>na</strong>r mais equânime<br />

a relação entre crescimento econômico e distribuição de renda. Na segunda metade <strong>do</strong>s<br />

70 esta concepção ganhou força <strong>na</strong>s instituições de cooperação inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ao<br />

desenvolvimento, dentre elas o Banco Mundial (ILO, 1976, SOEDJAMOTO, 1979).<br />

O quarto estu<strong>do</strong> foi publica<strong>do</strong> por Lefeber <strong>em</strong> 1974. Em “On the paradigm for<br />

economic growth” (LEFEBER, 1974) ele enfatizava que, para possibilitar o<br />

desenvolvimento <strong>do</strong> setor industrial <strong>do</strong>s países subdesenvolvi<strong>do</strong>s haveria de ser<br />

incentivada, prioritariamente, a produção <strong>do</strong> setor agrícola, aquele <strong>do</strong> qual participava a<br />

maior parte da população daqueles países. Para tanto, duas medidas políticas seriam<br />

necessárias: redistribuir a renda <strong>em</strong> favor <strong>do</strong>s pobres <strong>do</strong> campo, para elevar a d<strong>em</strong>anda<br />

local por alimentos, e redistribuir os direitos de propriedade. Redistribuir a renda <strong>em</strong><br />

favor <strong>do</strong>s pobres <strong>do</strong> campo significava inverter a prioridade <strong>do</strong> desenvolvimento, <strong>em</strong><br />

primeiro lugar teriam que ser criadas estratégias para promover um maior acúmulo de<br />

renda entre os mais pobres das áreas rurais. Para Lefeber, não se tratava mais de<br />

“redistribuição com crescimento”, mas de redistribuir para poder crescer. Esta leitura e<br />

suas recomendações buscavam contribuições <strong>na</strong> experiência chinesa de propriedade e<br />

operacio<strong>na</strong>lização sociais da produção. HUNT (1989) assi<strong>na</strong>la que este artigo de Lefeber<br />

sintetizava um crescente interesse <strong>do</strong>s economistas sobre a experiência chinesa (e de<br />

alguns países africanos sob governos socialistas) com a promoção <strong>do</strong> desenvolvimento.<br />

O paradigma maoísta (HUNT, 1989), <strong>na</strong> Chi<strong>na</strong>, e o socialismo populista rural<br />

(WEBSTER, 1990), <strong>na</strong> África, chamavam a atenção por propor mudanças <strong>integra</strong>das, de<br />

ord<strong>em</strong> social, política, ideológica e econômica, e porque previam um aban<strong>do</strong>no da idéia<br />

de que a promoção <strong>do</strong> desenvolvimento requereria pesa<strong>do</strong>s investimentos de capital,<br />

particularmente por intermédio da ajuda exter<strong>na</strong>, o que, <strong>em</strong> sua leitura, conduzia a um<br />

tipo de desenvolvimento dependente. Sob forte controle estatal, a estratégia de<br />

desenvolvimento promovida <strong>na</strong> Chi<strong>na</strong>, a partir de 1949, procurou elimi<strong>na</strong>r as diferenças<br />

de renda, impon<strong>do</strong> a propriedade social de toda a produção <strong>do</strong> país. A estratégia previu<br />

o desenvolvimento da indústria de geração de energia e da indústria pesada de mo<strong>do</strong><br />

que promovesse a eqüidade entre as regiões <strong>do</strong> país, enfatiza<strong>do</strong> a intensificação <strong>do</strong> uso<br />

da mão-de-obra da agricultura, que geralmente era sazo<strong>na</strong>l. Uma vez mobilizada, esta<br />

mão-de-obra foi maximizada para aumentar o ritmo da acumulação de capital. Ten<strong>do</strong><br />

si<strong>do</strong> disponibilizada a infra-estrutura, foi incentivada a instalação de peque<strong>na</strong>s e médias<br />

industrias <strong>em</strong> áreas rurais, aumentan<strong>do</strong> o seu potencial produtivo, pois possibilitava<br />

<strong>em</strong>pregos e renda extra à população <strong>do</strong> campo. Para o país, os incentivos às peque<strong>na</strong>s e<br />

médias indústrias rurais aumentaram a renda agrícola e a disponibilidade de bens de<br />

consumo básicos. No plano político, sob forte controle estatal, as decisões foram<br />

descentralizadas de mo<strong>do</strong> a conferir uma maior autonomia regio<strong>na</strong>l, di<strong>na</strong>mizan<strong>do</strong> a<br />

estratégia de desenvolvimento. Para os a<strong>na</strong>listas econômicos que buscavam alter<strong>na</strong>tivas<br />

ao modelo convencio<strong>na</strong>l, esta experiência estava de acor<strong>do</strong> com a leitura que defendia a<br />

revisão <strong>do</strong>s rumos <strong>do</strong> desenvolvimento no senti<strong>do</strong> de redistribuir a renda <strong>em</strong> favor <strong>do</strong>s<br />

mais pobres e de descentralizar e diminuir as escalas de produção.<br />

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