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Voltan<strong>do</strong> ao debate de enfoque ambientalista, após conferência de Estocolmo <strong>em</strong><br />

1972, os eventos mais importantes que marcaram a conformação <strong>do</strong> campo críticocontestatório<br />

ao paradigma convencio<strong>na</strong>l de desenvolvimento foram o “S<strong>em</strong>inário sobre<br />

Padrões de Utilização <strong>do</strong>s Recursos, o Meio Ambiente e as Estratégias para o<br />

Desenvolvimento”, realiza<strong>do</strong> Cocoyoc no México, <strong>em</strong> 1974 59 , a publicação, <strong>em</strong> 1975,<br />

pela fundação sueca Dag Hammarskjöld, de um influente <strong>do</strong>cumento preparatório a uma<br />

sessão especial da Ass<strong>em</strong>bléia Geral das Nações Unidas 60 , e o artigo de Ig<strong>na</strong>cy Sachs,<br />

intitula<strong>do</strong> “Environment and styles of development”, divulga<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1976.<br />

A “Declaração de Cocoyoc”, refletin<strong>do</strong> os debates de Estocolmo, ocorri<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

anos antes, e as argumentações construídas pelos economistas, consoli<strong>do</strong>u o novo<br />

momento <strong>na</strong>s percepções sobre a relação meio ambiente e desenvolvimento, i<strong>na</strong>ugura<strong>do</strong><br />

<strong>em</strong> Estocolmo. O discurso ambientalista desde a década de 50 vinha sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong>,<br />

como vimos, <strong>em</strong> oposição ao crescimento econômico. Esta ênfase foi-se deslocan<strong>do</strong>, a<br />

partir de Estocolmo, para a busca de alter<strong>na</strong>tivas de promoção de um tipo de<br />

desenvolvimento que fosse ambientalmente mais sustentável. O diagnóstico, elabora<strong>do</strong><br />

nesta nova perspectiva, colocava no centro <strong>do</strong> debate a questão da pobreza nos países <strong>do</strong><br />

Terceiro Mun<strong>do</strong>, fato que aproximava este debate àquele conduzi<strong>do</strong> nos fóruns<br />

econômicos.<br />

A Declaração de Cocoyoc (...) enfatizava várias hipóteses: a) a explosão populacio<strong>na</strong>l t<strong>em</strong><br />

como uma de suas causas a pobreza; b) nos países subdesenvolvi<strong>do</strong>s, a pobreza leva à<br />

destruição ambiental; e c) os países desenvolvi<strong>do</strong>s contribu<strong>em</strong> para os probl<strong>em</strong>as <strong>do</strong><br />

subdesenvolvimento com seu exagera<strong>do</strong> consumo, sen<strong>do</strong> portanto indiretamente<br />

responsáveis da pobreza e destruição <strong>do</strong> meio ambiente <strong>do</strong>s países <strong>do</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong><br />

(LEIS, 1999, p.147).<br />

Intitula<strong>do</strong> “What now? Another development”, o <strong>do</strong>cumento da fundação sueca<br />

Dag Hammarskjöld preconizava a necessidade de mudanças nos senti<strong>do</strong>s atribuí<strong>do</strong>s ao<br />

desenvolvimento, defenden<strong>do</strong> que, <strong>na</strong> nova visão, ele deveria ser guia<strong>do</strong> à “satisfação<br />

das necessidades” das populações, ser “endógeno e autodependende” e conduzi<strong>do</strong> “<strong>em</strong><br />

harmonia com o meio ambiente”. Reafirman<strong>do</strong> as posições de Cocoycoc, o <strong>texto</strong><br />

“afirmou que os sist<strong>em</strong>as de poder existentes <strong>na</strong>s relações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is estavam<br />

intrinsecamente relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s com a degradação ecológica” (LEIS, 1999, p.148). O<br />

“outro desenvolvimento”, ao elaborar uma ampla síntese <strong>do</strong>s debates e desejos<br />

manifesta<strong>do</strong>s <strong>na</strong> época, tornou-se mote para elaborações de abordagens críticas e para<br />

construção de estratégias e modelos alter<strong>na</strong>tivos de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento. 61<br />

59 Este s<strong>em</strong>inário foi promovi<strong>do</strong> <strong>em</strong> conjunto pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela<br />

Organização das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), dele resultou a “Declaração de<br />

Cocoyoc”.<br />

60 O Relatório foi prepara<strong>do</strong> para a Sétima Sessão Especial da Ass<strong>em</strong>bléia Geral, realizada <strong>em</strong> set<strong>em</strong>bro de 75, e<br />

foi chama<strong>do</strong> de “The 1975 Dag Hammarskjöld report on development and inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l cooperation”. Naquele<br />

mesmo ano ele foi publica<strong>do</strong> como número especial da revista “Development Dialogue”.<br />

61 O <strong>texto</strong> “What now? Another development”, corroborava os argumentos <strong>do</strong> Relatório de Founex (junho de<br />

1971) e da Declaração de Cocoyoc (outubro de 1974). Representava também um reflexo das discussões<br />

conduzidas pelo ciclo de conferências das Nações Unidas: Meio Ambiente (Estocolmo, 1972), Matérias-primas e<br />

Desenvolvimento (Nova Iorque, 1974), População (Bucareste, 1974), Alimentação (Roma, 1974), A Lei e o Mar<br />

(Caracas e Genebra, 1974) e Industrialização (Lima, 1975) (DAG HAMMARSKJÖLD FOUNDATION, 1975).<br />

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