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degrada<strong>do</strong>res de substâncias químicas presentes no meio e nos alimentos, por ex<strong>em</strong>plo) e<br />

<strong>do</strong> imediato (efeitos cumulativos). Gravidade quanto aos efeitos sobre a saúde huma<strong>na</strong>,<br />

sobre os potenciais <strong>do</strong>s ecossist<strong>em</strong>as e sobre as possibilidades de sobrevivência da espécie<br />

huma<strong>na</strong>.<br />

A difusão destas novas percepções também trazia à ce<strong>na</strong> o desencanto com os<br />

resulta<strong>do</strong>s da promoção <strong>do</strong> crescimento econômico e da própria idéia de modernidade<br />

(LEIS, 1999). O desenvolvimento passou a ser questio<strong>na</strong><strong>do</strong> <strong>em</strong> sua capacidade concreta<br />

para promover o incr<strong>em</strong>ento social e ambiental nos níveis de vida das populações-alvo<br />

de programas e projetos como mera decorrência <strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res<br />

econômicos das <strong>na</strong>ções. A prosperidade material das <strong>na</strong>ções, avaliada pelo incr<strong>em</strong>ento<br />

nos índices de renda per capita, deixava, gradualmente, de ser uma medida única à<br />

aferição <strong>do</strong> desenvolvimento. As críticas às concepções e práticas de desenvolvimento<br />

além de denunciar<strong>em</strong> os efeitos perversos decorrentes das intenções de sua promoção –<br />

deterioração ambiental e aumento global da pobreza – também refletiam as frustrações<br />

com os resulta<strong>do</strong>s até então alcança<strong>do</strong>s pelos programas gover<strong>na</strong>mentais de promoção<br />

<strong>do</strong> desenvolvimento. A idéia <strong>do</strong> desenvolvimento e o mo<strong>do</strong> convencio<strong>na</strong>l de promovêlo<br />

foram postos <strong>em</strong> questão. Suas boas intenções pertenciam, cada vez mais, ao campo<br />

da retórica política inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Aos que declaravam a falência das boas intenções,<br />

restavam a busca e a construção de outros mo<strong>do</strong>s para promoção <strong>do</strong> desenvolvimento.<br />

A necessidade de repensar o desenvolvimento justifica-se, no mínimo, como contraposição<br />

à convencio<strong>na</strong>l prescrição de “mais crescimento econômico” acompanha<strong>do</strong> de instrumentos<br />

compensatórios das evidentes mazelas sociais e ambientais geradas pelos padrões de<br />

crescimento que vigoram até os dias atuais (MALUF, 2000, p.55).<br />

2.3 As críticas ao modelo convencio<strong>na</strong>l: da percepção <strong>do</strong>s limites para o<br />

crescimento econômico ao desenvolvimento sustentável<br />

A crescente percepção social sobre os limites <strong>do</strong> crescimento econômico e suas<br />

conseqüências sócio-ambientais foi um <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> próprio incr<strong>em</strong>ento teórico<br />

<strong>do</strong>s campos científicos da ecologia e da teoria econômica, e também produto das<br />

mudanças provocadas pelas novas percepções e d<strong>em</strong>andas <strong>do</strong>s movimentos sociais<br />

(ADAMS, 1995, GUIMARÃES, 1997). Os trabalhos divulga<strong>do</strong>s por diversos estudiosos, a<br />

partir <strong>do</strong>s anos 50, influenciaram decisivamente uma maior consciência social a respeito<br />

<strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as provoca<strong>do</strong>s pelo crescimento econômico <strong>do</strong>s países industrializa<strong>do</strong>s e<br />

pela tentativa de repetição de suas estratégias nos países <strong>do</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong>. O amplo e<br />

difuso movimento que contestava os meios e os objetivos <strong>do</strong> desenvolvimento<br />

convencio<strong>na</strong>l cresceu acompanhan<strong>do</strong> a evolução <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s e conhecimentos da<br />

ecologia, principalmente nos países mais ricos <strong>do</strong> h<strong>em</strong>isfério norte, e a divulgação de<br />

vários estu<strong>do</strong>s econômicos que, ao diagnosticar as falhas e insuficiências <strong>do</strong> modelo<br />

convencio<strong>na</strong>l de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento, sugeriam alter<strong>na</strong>tivas reformistas à<br />

solução <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as enfrenta<strong>do</strong>s.<br />

Ao exami<strong>na</strong>rmos a influência <strong>do</strong>s conhecimentos ecológicos e ambientalistas,<br />

<strong>na</strong>s origens mais r<strong>em</strong>otas das análises que contestavam o modelo convencio<strong>na</strong>l de<br />

desenvolvimento está a Conferência Científica das Nações Unidas sobre Conservação e<br />

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