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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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intercâmbio de conhecimentos e experiências, estavam se fortalecen<strong>do</strong> lutas políticas,<br />

organizações, lideranças etc., reuni<strong>do</strong>s pelo ideal de transformação social veicula<strong>do</strong> pela<br />

agricultura alter<strong>na</strong>tiva. Este ideal era fomenta<strong>do</strong> <strong>em</strong> diversos ambientes culturais. No<br />

campo acadêmico, as reuniões, cursos, encontros, congressos também afirmavam a<br />

d<strong>em</strong>anda por outros rumos para os processos de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento.<br />

Este outro rumo partia de um diagnóstico geral que defendia a construção de<br />

uma visão mais ampla e abrangente <strong>do</strong>s processos de desenvolvimento, <strong>em</strong> oposição à<br />

visão simples e limitada proporcio<strong>na</strong>da pela ideologia <strong>do</strong> difusionismo, que orientava a<br />

modernização <strong>do</strong> agro. Assim, <strong>na</strong>quele momento de construção da proposta, ganhavam<br />

importância os pequenos agricultores, sua cultura particular, suas formas de organização<br />

social e técnica da produção, o saber acumula<strong>do</strong> <strong>em</strong> sua experiência cotidia<strong>na</strong> no<br />

enfrentamento e equacio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong>s seus probl<strong>em</strong>as. Valorizava-se a experiência como<br />

fonte de inovação e mudança. Ela seria a base para construção da capacidade de autodetermi<strong>na</strong>ção<br />

<strong>do</strong>s agricultores, deles próprios construír<strong>em</strong> um caminho alter<strong>na</strong>tivo e<br />

autônomo ao possibilita<strong>do</strong> pela institucio<strong>na</strong>lidade gover<strong>na</strong>mental.<br />

Naquele momento, o processo de elaboração sobre as alter<strong>na</strong>tivas de mudança<br />

era influencia<strong>do</strong> por leituras que opunham, de mo<strong>do</strong> dualista, o “gover<strong>na</strong>mental” e o<br />

“não-gover<strong>na</strong>mental”, o Esta<strong>do</strong> e a sociedade, os pequenos e os grandes produtores etc.<br />

O caminho proposto pelo PTA-FASE era o meio termo. Assim, cobrava-se <strong>do</strong> setor<br />

público direitos, bens e serviços, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que se fortalecia a capacidade de<br />

atuação política autônoma das organizações <strong>do</strong>s agricultores; repudiava-se tanto os<br />

excessos da agricultura baseada <strong>em</strong> insumos modernos quanto se explicitava os limites<br />

da agricultura tradicio<strong>na</strong>l. As tecnologias alter<strong>na</strong>tivas ou intermediárias sugeriam, por<br />

fim, a necessidade de relativizar os eleva<strong>do</strong>s custos <strong>do</strong>s insumos modernos e os riscos<br />

assumi<strong>do</strong>s pelos agricultores que optavam por fi<strong>na</strong>nciamentos. Elas representavam, ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po, um meio para fortalecer a capacidade produtiva <strong>do</strong>s agricultores e uma<br />

possibilidade de diminuir os laços de dependência com os merca<strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res de<br />

insumos e com a necessidade de constante assessoria técnica para gerir os processos de<br />

produção. Como pano de fun<strong>do</strong>, havia a construção de um discurso ambientalista que<br />

dialogava com diversos enfoques que se difundiram nos campos político e acadêmico a<br />

partir <strong>do</strong>s anos 70. Conclui-se que a leitura construída pelo PTA-FASE, implicou a<br />

concepção de uma relação entre agricultores e meio ambiente que pouco se inspirou <strong>na</strong>s<br />

perspectivas conservacionistas que defendiam um ideal de “<strong>na</strong>tureza intocada”; ao<br />

contrário, buscou elaborar sobre a construção de mo<strong>do</strong>s produtivos que possibilitass<strong>em</strong><br />

a capacidade regenerativa das técnicas ou seu baixo impacto sobre os recursos <strong>na</strong>turais.<br />

A construção desta proposta teve o caráter de uma articulação pluralista de<br />

idéias. Foi claramente influenciada pelo debate sobre os novos rumos <strong>do</strong>s processos de<br />

desenvolvimento difundi<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong>s anos 70. Uma leitura peculiar <strong>do</strong> debate sobre o<br />

desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo ou as alter<strong>na</strong>tivas ao desenvolvimento teve papel<br />

importante <strong>na</strong> fundamentação da proposta defendida e <strong>na</strong>s estratégias utilizadas para<br />

realizá-la no perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> PTA-FASE ao longo <strong>do</strong>s anos 80.<br />

Neste perío<strong>do</strong>, as estratégias institucio<strong>na</strong>is de ação foram se adaptan<strong>do</strong> aos três<br />

momentos distintos de ampliação da proposta: o trabalho de pesquisa para identificar<br />

experiências com tecnologias alter<strong>na</strong>tivas, a constituição das equipes de TA <strong>em</strong> vários<br />

esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> país e o fortalecimento das redes de intercâmbio e <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s de<br />

experimentação e difusão das tecnologias alter<strong>na</strong>tivas. As estratégias pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ntes<br />

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