Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ
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programa, que continuou sob coorde<strong>na</strong>ção de organizações locais. A sua t<strong>em</strong>ática foi<br />
incorporada ao programa da Paraíba.<br />
Tanto <strong>na</strong> Paraíba quanto no Paraná, a implantação <strong>do</strong>s programas locais partiu<br />
de d<strong>em</strong>andas de organizações <strong>do</strong>s movimentos sociais <strong>do</strong>s agricultores, como também<br />
de alguma experiência de intervenção <strong>na</strong> região acumulada por uma entidade da Rede<br />
PTA. A base para a ação era, inicialmente, a capilaridade estrutural <strong>do</strong>s sindicatos de<br />
trabalha<strong>do</strong>res rurais e das organizações e associações de agricultores. Assim, o processo<br />
de intervenção abrangia municípios e suas microrregiões percorren<strong>do</strong> trilhas já abertas<br />
pela ação de organizações locais. Em ambos programas, antes de sua efetiva<br />
implantação, houve um acúmulo de negociações, debates, discussões que já faziam<br />
parte <strong>do</strong> processo de sensibilização e convencimento das lideranças locais sobre o<br />
senti<strong>do</strong> e a pertinência da proposta da AS-PTA. Além das lideranças, os próprios<br />
agricultores eram mobiliza<strong>do</strong>s e chama<strong>do</strong>s a participar de encontros, reuniões, cursos,<br />
eventos que iam construin<strong>do</strong> ou fortalecen<strong>do</strong> a vontade coletiva para a ação <strong>em</strong> prol de<br />
outros meios para organizar a produção agrícola <strong>na</strong>s regiões. No sul, como ver<strong>em</strong>os,<br />
esta mobilização seguia o caminho de uma ancestral tradição organizativa <strong>do</strong>s<br />
agricultores, muito relacio<strong>na</strong><strong>do</strong> à presença da Igreja Católica <strong>na</strong> região. No nordeste, as<br />
dificuldades para a mobilização e organização <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res rurais eram b<strong>em</strong><br />
maiores (SIDERSKY & SILVEIRA, 1997, PETERSEN, TARDIN & MAROCHI, 2002).<br />
O objetivo inicialmente declara<strong>do</strong> pelos programas era transformar a realidade<br />
<strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as de produção tradicio<strong>na</strong>is, agroquímicos ou mistos conduzin<strong>do</strong>-os a<br />
sist<strong>em</strong>as agroecológicos sustentáveis, ten<strong>do</strong> como ponto de partida os diagnósticos<br />
participativos construí<strong>do</strong>s por técnicos (das entidades e organizações participantes) e<br />
agricultores. Uma vez identifica<strong>do</strong>s os principais probl<strong>em</strong>as e as d<strong>em</strong>andas mais<br />
imediatas <strong>do</strong>s grupos de agricultores a ser<strong>em</strong> assisti<strong>do</strong>s, partia-se para buscar, no acervo<br />
acumula<strong>do</strong> pela AS-PTA e <strong>na</strong> própria experiência <strong>do</strong>s agricultores, técnicas e méto<strong>do</strong>s<br />
para enfrentar as dificuldades diagnosticadas. O pressuposto era que as soluções para os<br />
probl<strong>em</strong>as enfrenta<strong>do</strong>s por determi<strong>na</strong>da comunidade deveriam ser encontradas,<br />
preferencialmente, <strong>na</strong> própria comunidade. Os assessores deveriam trabalhar usan<strong>do</strong><br />
méto<strong>do</strong>s que permitiss<strong>em</strong> identificar estas soluções e pôr <strong>em</strong> prática processos sociais<br />
participativos de experimentação e adaptação de tecnologias alter<strong>na</strong>tivas introduzidas. A<br />
estratégia de ação mais ampla tinha uma intenção política: influenciar, por intermédio<br />
<strong>do</strong> efeito d<strong>em</strong>onstrativo <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> fortalecimento das organizações<br />
locais, as políticas públicas, de diversos níveis, direcio<strong>na</strong>das à agricultura familiar.<br />
Para influenciar as políticas e programas públicos a AS-PTA acredita que a melhor<br />
estratégia é d<strong>em</strong>onstrativa. É preciso criar uma massa crítica de ex<strong>em</strong>plos de<br />
desenvolvimento agroecológico <strong>em</strong> todas as regiões e garantir-lhes a maior visibilidade.<br />
Estes projetos de desenvolvimento local servirão não só para mostrar a viabilidade da<br />
proposta agroecológica como também para acumular conhecimentos <strong>em</strong> técnicas e méto<strong>do</strong>s<br />
que possam ser replica<strong>do</strong>s <strong>em</strong> forma mais ampla a partir <strong>do</strong> apoio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (AS-PTA,<br />
1995, p.6).<br />
Na região centro-sul <strong>do</strong> Paraná, os agricultores familiares, a partir <strong>do</strong>s anos 60,<br />
viram-se <strong>em</strong> meio ao processo de modernização agrícola patroci<strong>na</strong><strong>do</strong> pelo Esta<strong>do</strong>. As<br />
conseqüências imediatas deste processo foram uma tendência à especialização <strong>do</strong>s<br />
sist<strong>em</strong>as de cultivo e uma maior dependência <strong>do</strong>s agricultores ao merca<strong>do</strong> para a<br />
obtenção de insumos e d<strong>em</strong>ais fatores de produção. As agroindústrias processa<strong>do</strong>ras de<br />
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