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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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para a sociedade civil. Neste con<strong>texto</strong>, as ONGs, por ex<strong>em</strong>plo, diante <strong>do</strong>s inúmeros<br />

limites estruturais <strong>do</strong>s governos locais, passaram a ser incorporadas no “projeto de<br />

elaboração de políticas compensatórias”. REILLY (1994), basea<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma série de<br />

estu<strong>do</strong>s de caso <strong>em</strong> diversos países latino-americanos, realiza<strong>do</strong>s no início <strong>do</strong>s anos 90,<br />

argumenta que, diante das transferências de responsabilidades <strong>do</strong>s governos centrais aos<br />

governos municipais e da falta de estrutura local para a execução de ações, alguns<br />

governos municipais passaram a contratar os serviços de ONGs e delegaram aos<br />

movimentos sociais determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s serviços. Era a alter<strong>na</strong>tiva que lhes restava para<br />

enfrentar a falta de recursos e infra-estrutura que, de um mo<strong>do</strong> geral, caracterizava os<br />

governos locais.<br />

Los gober<strong>na</strong>ntes de ciudades latinoamerica<strong>na</strong>s grandes y media<strong>na</strong>s de escasos recursos<br />

también están descubrien<strong>do</strong> que los media<strong>do</strong>res de la d<strong>em</strong>anda y el apoio com frecuencia<br />

no son los parti<strong>do</strong>s políticos tradicio<strong>na</strong>les, sino organizaciones no guber<strong>na</strong>mentales de<br />

desarrollo com raíces eclesiásticas y veci<strong>na</strong>les, y asociaciones dedicadas a los servicios y a<br />

actividades productivas. Del mismo mo<strong>do</strong> que se preconiza al sector informal del gobierno<br />

basa<strong>do</strong> en asociaciones informales merece igual énfasis. (...) Durante los últimos años, las<br />

organizaciones no guber<strong>na</strong>mentales de desarrollo han i<strong>do</strong> ocupan<strong>do</strong> partes del espacio<br />

informal que el gobierno há deja<strong>do</strong> vacante (REILLY, 1994, pp.7-8).<br />

Esta revisão <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> respondia, <strong>em</strong> certa medida, a algumas<br />

d<strong>em</strong>andas das lutas pela red<strong>em</strong>ocratização da sociedade brasileira, <strong>em</strong>preendidas desde<br />

o golpe militar de 1964. Os diversos atores sociais identifica<strong>do</strong>s pela luta contra o<br />

regime autoritário trabalhavam para romper com o autoritarismo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e com os<br />

privilégios que as classes sociais <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ntes tinham ao negociar e ao encaminhar suas<br />

d<strong>em</strong>andas. A d<strong>em</strong>ocratização social implicava, <strong>na</strong> visão <strong>do</strong>s ativistas contrários ao<br />

regime autoritário, o fim destes privilégios e a flexibilização <strong>do</strong>s mecanismos<br />

decisórios, de mo<strong>do</strong> a incorporar a voz e a vontade <strong>do</strong>s setores sociais historicamente<br />

alija<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s processos políticos institucio<strong>na</strong>liza<strong>do</strong>s (DOIMO, 1995).<br />

A partir de 1986, a intensa mobilização social para a discussão da nova<br />

constituição federal representou este desejo por maior participação e poder da sociedade<br />

civil <strong>na</strong> gestão pública. Em to<strong>do</strong> aquele processo de mobilização social, as ONGs<br />

cumpriram um papel fundamental ao apoiar a organização popular, propor plebiscitos<br />

populares e referen<strong>do</strong>s, audiências públicas, crian<strong>do</strong> conselhos para a discussão e<br />

encaminhamento de t<strong>em</strong>as específicos de interesse popular (TELLES, 1998). Esta<br />

mobilização social assumiu um caráter mais propositivo, encontran<strong>do</strong>, fi<strong>na</strong>lmente,<br />

ca<strong>na</strong>is institucio<strong>na</strong>is por intermédio <strong>do</strong>s quais podiam ser vocalizadas as d<strong>em</strong>andas e<br />

reivindicações populares. As ONGs, neste processo, foram gradualmente se<br />

distancian<strong>do</strong> da postura anti-Esta<strong>do</strong> tradicio<strong>na</strong>lmente cultivada, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong><br />

que construíam uma maior autonomia <strong>em</strong> relação aos movimentos sociais.<br />

O con<strong>texto</strong> da cooperação inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ao desenvolvimento também<br />

apresentava, <strong>na</strong> época, mudanças significativas <strong>em</strong> relação ao fi<strong>na</strong>nciamento aos<br />

projetos das ONGs brasileiras e também ajuda a compreender os câmbios <strong>na</strong>s propostas<br />

e estratégias de ação destas organizações. Estas mudanças, de um mo<strong>do</strong> geral, se<br />

des<strong>do</strong>braram <strong>na</strong> redução <strong>do</strong>s recursos investi<strong>do</strong>s pelas agências, principalmente as<br />

européias, aquelas com as quais as ONGs brasileiras tinham, historicamente, maior<br />

proximidade. De acor<strong>do</strong> com ARMANI (2001), <strong>na</strong>quele momento, os recursos foram<br />

reduzi<strong>do</strong>s porque os governos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is diminuíram seus investimentos para o apoio ao<br />

desenvolvimento <strong>do</strong>s países pobres, via ações não-gover<strong>na</strong>mentais. Houve também um<br />

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