Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ
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A trajetória da AS-PTA é contada desde os momentos que imediatamente<br />
antecederam a criação <strong>do</strong> Projeto de Tecnologias da FASE até o presente, procuran<strong>do</strong><br />
a<strong>na</strong>lisar as mudanças que foram acontecen<strong>do</strong> <strong>em</strong> seus mo<strong>do</strong>s de organização e<br />
funcio<strong>na</strong>mento, <strong>na</strong> definição <strong>do</strong>s objetivos e estratégias, nos processos de construção de<br />
propostas de ação e no estabelecimento de relações com seus fi<strong>na</strong>ncia<strong>do</strong>res, com o<br />
Esta<strong>do</strong>, com os beneficiários de sua ação e com outras ONGs e d<strong>em</strong>ais organizações<br />
sociais. Nesta trajetória é possível perceber como nos primeiros t<strong>em</strong>pos a grande<br />
preocupação era identificar e sist<strong>em</strong>atizar tecnologias alter<strong>na</strong>tivas que pudess<strong>em</strong> ser<br />
utilizadas, pelos pequenos produtores, <strong>em</strong> substituição ao modelo tecnológico moderno<br />
difundi<strong>do</strong> pelo Esta<strong>do</strong> ou como forma de superar méto<strong>do</strong>s tradicio<strong>na</strong>is de cultivo. Dos<br />
contatos estabeleci<strong>do</strong>s nesta etapa surgiu a articulação de uma ampla rede de ONGs e<br />
organizações de agricultores, a Rede PTA, que contribuiu para a diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>ção <strong>do</strong>s<br />
ideais defendi<strong>do</strong>s pelo PTA-FASE. Em um segun<strong>do</strong> momento, destaca-se a criação de<br />
centros para pesquisa para a experimentação de tecnologias alter<strong>na</strong>tivas e o processo de<br />
revisão <strong>do</strong>s objetivos e estratégias <strong>do</strong> projeto <strong>em</strong> seus seis primeiros anos de existência,<br />
culmi<strong>na</strong>n<strong>do</strong> com a criação da AS-PTA <strong>em</strong> 1989.<br />
Neste processo de mudanças foi possível perceber que elas também ocorreram<br />
<strong>em</strong> relação à ampla rede de interdependência criada pela ação da AS-PTA. Assim,<br />
houve um crescente afastamento das organizações locais e, por conseqüência, da AS-<br />
PTA <strong>em</strong> relação às igrejas, o que se refletiu <strong>na</strong> perda <strong>do</strong> poder de influência <strong>do</strong> papel de<br />
formação cultural e elaboração utópica des<strong>em</strong>penha<strong>do</strong> por determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s setores de<br />
instituições religiosas principalmente a partir de mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s anos 70. Mu<strong>do</strong>u também,<br />
de mo<strong>do</strong> significativo, o perfil das agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is fi<strong>na</strong>ncia<strong>do</strong>ras <strong>do</strong>s projetos.<br />
Elas tenderam a ceder espaço para os convênios de cooperação com entidades e órgãos<br />
gover<strong>na</strong>mentais brasileiros. Esta tendência acentuou-se nos anos 90, <strong>em</strong>bora<br />
permaneçam como a maior fonte de recursos das ONGs. Quanto à fundamentação<br />
teórica da proposta, houve três momentos claros de transição. Do início, quanto a ênfase<br />
era dada às tecnologias alter<strong>na</strong>tivas, passan<strong>do</strong> pelo <strong>do</strong>mínio da agricultura alter<strong>na</strong>tiva,<br />
até o fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong>s anos 80, com a criação da AS-PTA e a incorporação <strong>do</strong>s referenciais<br />
agroecológicos. A aproximação à agroecologia marca a fase atual, <strong>na</strong> qual o referencial<br />
utópico de transformação social, ainda um componente importante no fortalecimento da<br />
identidade da proposta, busca a legitimidade científica <strong>do</strong> enfoque agroecológico,<br />
amplian<strong>do</strong> a rede de relações <strong>em</strong> direção ao campo acadêmico e ao recrutamento de<br />
pessoal com o perfil profissio<strong>na</strong>l adequa<strong>do</strong> às novas d<strong>em</strong>andas de conhecimento<br />
científico requeridas pela agroecologia.<br />
O último capítulo a<strong>na</strong>lisará como a proposta da AS-PTA, a partir <strong>do</strong> início <strong>do</strong>s<br />
anos 90, optou pela estratégia <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s participativos de diagnóstico rural e <strong>do</strong>s<br />
programas de desenvolvimento local. Estes programas se tor<strong>na</strong>ram o principal esforço<br />
da organização para, a partir de seus resulta<strong>do</strong>s influenciar <strong>na</strong> elaboração de políticas<br />
públicas alter<strong>na</strong>tivas para o benefício <strong>do</strong>s agricultores familiares, público-alvo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />
programas locais de desenvolvimento, um <strong>na</strong> Paraíba e outro no Paraná. A nossa análise<br />
centrará nestes <strong>do</strong>is programas, tentan<strong>do</strong> compreender com a sua concepção influencia a<br />
reconfiguração de determi<strong>na</strong>das institucio<strong>na</strong>lidades locais mobilizadas para promover<br />
processos de melhoria das condições de vida e de produção <strong>do</strong>s agricultores familiares.<br />
Para tanto são explicita<strong>do</strong>s os princípios e as motivações decorrentes <strong>do</strong> uso de méto<strong>do</strong>s<br />
de diagnósticos <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as de produção e <strong>do</strong>s princípios agroecológicos. Na sua<br />
intervenção, sobressa<strong>em</strong> a valorização <strong>do</strong>s processos históricos como agentes<br />
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