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e nos “Grupos de Trabalho por Segmento” 120 se aproximavam mais da realidade e <strong>do</strong>s<br />
limites que a perspectiva agroecológica <strong>do</strong> desenvolvimento enfrentava no cotidiano das<br />
ações. Nestes relatos e debates, a fragilidade e o alcance limita<strong>do</strong> das experiências eram<br />
mais evidencia<strong>do</strong>s.<br />
A riqueza das experiências apresentadas durante o Encontro estava tanto <strong>em</strong> sua<br />
diversidade quanto no mo<strong>do</strong> como elas se articulavam com a proposta defendida pela<br />
AS-PTA. Na enorme variedade de situações concretas era possível identificar princípios<br />
e méto<strong>do</strong>s de intervenção comuns a todas as iniciativas. Assim, <strong>em</strong> todas as iniciativas<br />
era possível identificar cinco características principais que orientavam os processos,<br />
dan<strong>do</strong>-lhes uma certa unidade: (a) a preocupação com o fortalecimento das<br />
organizações locais; (b) a promoção de relações mais harmônicas entre as práticas<br />
agrícolas e o meio ambiente, negan<strong>do</strong> os princípios da agricultura moder<strong>na</strong>; (c) o uso de<br />
méto<strong>do</strong>s de diagnóstico participativo, como técnica para conhecimento das realidades<br />
locais e aproximação entre assessores e agricultores, sugerin<strong>do</strong> a construção de<br />
processos de aprendiza<strong>do</strong> coletivo; (d) negação ao processo de mercantilização da<br />
produção agroecológica, buscan<strong>do</strong> formas alter<strong>na</strong>tivas de inserção nos merca<strong>do</strong>s; e (e) a<br />
defesa da reforma agrária e <strong>do</strong> fortalecimento político da agricultura familiar.<br />
No cotidiano das ações, as experiências enfrentam vários impasses. Nos relatos,<br />
alguns apontavam que a insuficiência de técnicos mais b<strong>em</strong> capacita<strong>do</strong>s para lidar com<br />
a complexidade <strong>do</strong>s princípios agroecológicos e a falta de pesquisas disponíveis que<br />
pudess<strong>em</strong> dar suporte a inovações nos sist<strong>em</strong>as produtivos representavam limites<br />
importantes à realização <strong>do</strong>s projetos. Embora houvesse alguns trabalhos conjuntos com<br />
universidades e órgãos estatais de pesquisa, os resulta<strong>do</strong>s eram tími<strong>do</strong>s e relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s a<br />
con<strong>texto</strong>s muito específicos. A questão da inexistência de crédito para fi<strong>na</strong>nciar a<br />
transição <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as produtivos <strong>do</strong>s agricultores mais pauperiza<strong>do</strong>s também surgia<br />
como um <strong>do</strong>s impasses a ser<strong>em</strong> enfrenta<strong>do</strong>s. As experiências com fun<strong>do</strong>s rotativos<br />
ainda eram pontuais e incipientes, não davam conta das necessidades. Estes limites<br />
mostravam que a defesa <strong>do</strong> tipo de transformação social imagi<strong>na</strong><strong>do</strong> pela perspectiva<br />
agroecológica requeria, <strong>na</strong>quele momento, passos políticos mais largos para a sua<br />
realização. Esta transformação dependia fundamentalmente da mobilização política <strong>do</strong>s<br />
seus defensores para conquistar apoio e investimento públicos. To<strong>do</strong>s os caminhos<br />
propostos levavam à necessidade de “ocupação <strong>do</strong>s espaços de poder público”. Este<br />
perecia ser o passo decisivo para que as experiências tivess<strong>em</strong> uma maior abrangência e<br />
se tor<strong>na</strong>ss<strong>em</strong> sustentáveis ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po. A Carta Política aprovada ao fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong><br />
Encontro afirma esta pretensão:<br />
As diversas experiências de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento local com enfoque<br />
agroecológico existentes apontam para o papel protagonista que dev<strong>em</strong> assumir as<br />
organizações <strong>do</strong>s produtores e produtoras familiares e se constitu<strong>em</strong> sólidas referências<br />
meto<strong>do</strong>lógicas para a elaboração de políticas públicas <strong>em</strong> escala mais ampla (...) Uma<br />
política de fi<strong>na</strong>nciamento deve ser sensível às várias dimensões <strong>do</strong> desenvolvimento,<br />
cont<strong>em</strong>plan<strong>do</strong> as especificidades locais da transição para a agroecologia (...) Defend<strong>em</strong>os a<br />
constituição de fun<strong>do</strong>s públicos para o desenvolvimento local, a ser<strong>em</strong> acessa<strong>do</strong>s a partir de<br />
120 No terceiro dia <strong>do</strong> Encontro to<strong>do</strong>s os participantes, de acor<strong>do</strong> com sua escolha prévia, foram dividi<strong>do</strong>s <strong>em</strong> 13<br />
Grupos T<strong>em</strong>áticos. Alguns desses grupos, devi<strong>do</strong> ao eleva<strong>do</strong> número de participantes, foram dividi<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />
subgrupos. No quarto dia, os grupos foram forma<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com os “segmentos”: técnicos e agricultores,<br />
dividi<strong>do</strong>s por região. To<strong>do</strong>s os grupos discutiam os t<strong>em</strong>as e sist<strong>em</strong>atizavam propostas para a Plenária Fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong><br />
Encontro.<br />
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