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(...) Essas condições e formas de apropriação da tecnologia pod<strong>em</strong> encerrar relações de<br />

<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ção ou não; elas pod<strong>em</strong> constituir instrumentos de submissão ou, ao contrário, de<br />

resistência <strong>do</strong>s pequenos produtores à expropriação de sua força de trabalho pelo capital. 90<br />

Apesar <strong>do</strong> probl<strong>em</strong>a da oferta de alter<strong>na</strong>tivas tecnológicas à peque<strong>na</strong> produção<br />

ter si<strong>do</strong> enfrenta<strong>do</strong>, a princípio, no nível local (<strong>na</strong> experiência de assessoria à<br />

comunidade de pequenos produtores <strong>em</strong> Parati), o objetivo declara<strong>do</strong> <strong>do</strong> PTA era buscar<br />

respostas ao probl<strong>em</strong>a <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l da agricultura <strong>em</strong> peque<strong>na</strong> escala. De acor<strong>do</strong> com as<br />

palavras de Jean Marc, “buscar soluções globais para probl<strong>em</strong>as globais” (WEID, 1997,<br />

p.11). Partiu-se, então, para a pesquisa de experiências com agricultura alter<strong>na</strong>tiva que<br />

trouxess<strong>em</strong> respostas aos seguintes questio<strong>na</strong>mentos:<br />

Até que ponto e <strong>em</strong> que condições econômicas, sociais e políticas, a incorporação de<br />

tecnologia alter<strong>na</strong>tiva pela peque<strong>na</strong> agricultura campesi<strong>na</strong> pode articular-se com a luta <strong>em</strong><br />

curso pela terra; contribuir para a fixação no campo da mão-de-obra familiar; melhorar os<br />

padrões sócio-econômicos vigentes de produção e aumentar o poder de resistência e de<br />

organização <strong>do</strong>s agricultores pobres frente ao processo de expropriação? (PTA-FASE,<br />

1988, p.21).<br />

No primeiro s<strong>em</strong>estre de 1983 a peque<strong>na</strong> equipe <strong>do</strong> PTA começou a trabalhar <strong>na</strong><br />

busca e identificação de experiências com tecnologias alter<strong>na</strong>tivas. Este esforço inicial<br />

de pesquisa foi orienta<strong>do</strong> por alguns pressupostos, to<strong>do</strong>s relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s àquela tipologia<br />

construída sobre os modelos tecnológicos de organização da produção no agro<br />

brasileiro. Deste mo<strong>do</strong>, partia-se <strong>do</strong> pressuposto que o conhecimento agronômico,<br />

institucio<strong>na</strong>liza<strong>do</strong> <strong>na</strong>s universidades e nos centros de pesquisa agropecuária, pouco teria<br />

a oferecer <strong>em</strong> termos das alter<strong>na</strong>tivas procuradas, uma vez que este conhecimento<br />

estaria “centra<strong>do</strong> no paradigma da busca da máxima artificialização <strong>do</strong> meio ambiente”<br />

(WEID, 1997, p.11), servin<strong>do</strong> de base e de referência ao modelo de agricultura moder<strong>na</strong>.<br />

Não estava descartada, no entanto, a possibilidade de encontrar soluções pontuais nos<br />

centros de pesquisa da Embrapa ou entre acadêmicos <strong>do</strong>s cursos universitários<br />

dedica<strong>do</strong>s à t<strong>em</strong>ática rural.<br />

Este diagnóstico sobre o conhecimento agronômico corrente levava à d<strong>em</strong>anda<br />

por novas abordagens, o que desencadeou um processo de pesquisa para sist<strong>em</strong>atizar<br />

informações sobre tecnologias e méto<strong>do</strong>s alter<strong>na</strong>tivos de organização da produção<br />

agrícola. Logo <strong>na</strong> criação <strong>do</strong> PTA foi posta <strong>em</strong> prática a idéia de estruturar um pequeno<br />

acervo com <strong>texto</strong>s que serviss<strong>em</strong> de apoio, como material de referência, à capacitação,<br />

formulação <strong>do</strong>s projetos e organização da assistência aos agricultores. Foi o <strong>em</strong>brião<br />

<strong>do</strong>s Centros de Comunicação e Documentação, cria<strong>do</strong>s já <strong>em</strong> 1984, que eram setores<br />

encarrega<strong>do</strong>s de organizar novas informações, sist<strong>em</strong>atizar e traduzir <strong>texto</strong>s de interesse<br />

ao projeto. De acor<strong>do</strong> com MELO (1993, p.155), “deze<strong>na</strong>s de contatos foram realiza<strong>do</strong>s<br />

com organizações <strong>do</strong> Brasil e <strong>do</strong> exterior com o objetivo de resgatar informações dessa<br />

<strong>na</strong>tureza”.<br />

Além desta base formada pela literatura sobre méto<strong>do</strong>s e práticas alter<strong>na</strong>tivas, os<br />

agricultores que organizavam seus sist<strong>em</strong>as de produção seguin<strong>do</strong> os preceitos <strong>do</strong><br />

modelo tradicio<strong>na</strong>l tor<strong>na</strong>ram-se a principal fonte de informações e conhecimentos<br />

<strong>em</strong>píricos sobre tecnologias alter<strong>na</strong>tivas. Pressupôs-se que estes agricultores<br />

90<br />

Trecho de depoimento de Sílvio Gomes de Almeida no debate realiza<strong>do</strong> <strong>na</strong> Fundação Getúlio Vargas, Rio de<br />

Janeiro <strong>em</strong> set<strong>em</strong>bro de 1985.<br />

119

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