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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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convencio<strong>na</strong>l e o alter<strong>na</strong>tivo conviv<strong>em</strong>, dialeticamente, <strong>em</strong> discursos e propostas que,<br />

além de determi<strong>na</strong>das influências teóricas comuns, compartilham, antes de tu<strong>do</strong>, a<br />

crença <strong>na</strong> idéia <strong>do</strong> desenvolvimento como noção válida para a promoção <strong>do</strong> progresso<br />

material e social (via crescimento econômico) de determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s grupos, setores da<br />

sociedade ou países (SANTOS & RODRÍGUEZ, 2002).<br />

As propostas alter<strong>na</strong>tivas ao desenvolvimento convencio<strong>na</strong>l, ao olhar<strong>em</strong> para as<br />

experiências passadas, passam a criticar os seus objetivos e valores, os seus méto<strong>do</strong>s de<br />

intervenção e à própria organização institucio<strong>na</strong>l de suas agências promotoras. Ao<br />

construír<strong>em</strong> estes discursos críticos, pretend<strong>em</strong> d<strong>em</strong>arcar posições políticas e instituir<br />

novos mo<strong>do</strong>s de conceber e promover ações de incr<strong>em</strong>ento das capacidades locais.<br />

Estes discursos geralmente conde<strong>na</strong>m a racio<strong>na</strong>lidade estritamente econômica que<br />

parece informar os valores e objetivos das intervenções convencio<strong>na</strong>is, propon<strong>do</strong> que<br />

outros valores sejam considera<strong>do</strong>s, de mo<strong>do</strong> a tor<strong>na</strong>r os processos culturalmente mais<br />

conseqüentes e ambientalmente mais sustentáveis; criticam os seus méto<strong>do</strong>s de<br />

intervenção, que geralmente pouco consideram as possibilidades de participação das<br />

populações locais <strong>na</strong> determi<strong>na</strong>ção de seus rumos e <strong>na</strong> gestão de sua impl<strong>em</strong>entação; <strong>em</strong><br />

conseqüência disto, propõ<strong>em</strong> inverter o senti<strong>do</strong> convencio<strong>na</strong>lmente atribuí<strong>do</strong> a estas<br />

ações que, <strong>na</strong> sua visão, deveriam partir das bases da sociedade, fundar novas<br />

institucio<strong>na</strong>lidades e, “de baixo para cima”, conferir poder político às d<strong>em</strong>andas e<br />

necessidades das populações locais; e, por fim, combat<strong>em</strong> o protagonismo estatal <strong>na</strong>s<br />

intervenções de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento, defenden<strong>do</strong> que novos atores<br />

preferencialmente oriun<strong>do</strong>s de organizações comunitárias ou sociais, pass<strong>em</strong> a assumir<br />

maiores responsabilidades (PIETERSE, 1998, TREJOS, 1998). Deste mo<strong>do</strong>, os discursos<br />

sobre o desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo são construí<strong>do</strong>s <strong>em</strong> referência a estas três esferas<br />

principais: valores e objetivos, méto<strong>do</strong>s e agentes.<br />

Na prática, as críticas e as experiências que são construídas nestas três esferas<br />

pod<strong>em</strong> variar <strong>em</strong> um amplo espectro, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> desde posturas mais brandas e/ou<br />

conserva<strong>do</strong>ras até posturas mais radicais que se aproximam da negação ao<br />

desenvolvimento e das propostas de ruptura com determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as políticos e<br />

ideológicos. Outro aspecto meto<strong>do</strong>lógico importante a ser observa<strong>do</strong> é que, dependen<strong>do</strong><br />

da maneira pela qual o desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo é defini<strong>do</strong>, estas posturas críticas<br />

pod<strong>em</strong> assumir distintos papéis. 64 Assim, caso o desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo seja<br />

imagi<strong>na</strong><strong>do</strong> com um conjunto amplo e pouco coeso de críticas ao desenvolvimento<br />

convencio<strong>na</strong>l, os argumentos destas críticas seriam vistos como discursos meramente<br />

reativos e pontuais, que variariam de acor<strong>do</strong> com as mudanças e ajustes conjunturais da<br />

perspectiva convencio<strong>na</strong>l. Em uma segunda possibilidade, o desenvolvimento<br />

alter<strong>na</strong>tivo estaria relacio<strong>na</strong><strong>do</strong> ao conjunto de experiências concretas e meto<strong>do</strong>logias<br />

construídas por atores locais. Embora diversas e geralmente conectadas de mo<strong>do</strong><br />

bastante precário, estas experiências alcançariam uma determi<strong>na</strong>da autonomia <strong>em</strong><br />

relação às mudanças conjunturais <strong>do</strong> modelo convencio<strong>na</strong>l. Esta autonomia conferiria<br />

ao desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo um caráter mais propositivo que reativo, muito mais<br />

relacio<strong>na</strong><strong>do</strong> às iniciativas de desenvolvimento local principalmente conduzidas por<br />

ONGs. Por fim, o desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo poderia ser compreendi<strong>do</strong> como um<br />

64 PIETERSE (1998, p.344) afirma que há três mo<strong>do</strong>s para definir o desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo: (a) como uma<br />

perspectiva frouxa, de perfil indefini<strong>do</strong> que agrega várias teorias s<strong>em</strong> elaborar uma síntese própria; (b) como um<br />

paradigma; e (c) como uma mo<strong>do</strong> pós-paradigmático de pensar o desenvolvimento. Esta categorização inspirou a<br />

apresentada <strong>na</strong> seqüência, para a qual também busquei argumentos <strong>em</strong> SANTOS & RODRÍGUEZ (2002).<br />

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