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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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anti-Esta<strong>do</strong> como traço característico marcante das ONGs de desenvolvimento. Como<br />

um <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s destas relações cada vez mais comuns com o Esta<strong>do</strong>, também houve,<br />

<strong>em</strong> alguns setores, um significativo aumento <strong>do</strong> percentual de participação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no<br />

fi<strong>na</strong>nciamento <strong>do</strong>s projetos das ONGs. O <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>s recursos estrangeiros,<br />

ca<strong>na</strong>liza<strong>do</strong>s pelas agências de cooperação, foi relativiza<strong>do</strong> por uma crescente<br />

participação de outros recursos, inclusive gover<strong>na</strong>mentais.<br />

Estas mudanças si<strong>na</strong>lizam tanto um movimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção às<br />

organizações sociais, para fortalecer suas políticas, quanto um desejo das próprias<br />

ONGs <strong>em</strong> ter<strong>em</strong> uma maior influência sobre os processos de elaboração e gestão de<br />

políticas públicas. As intenções estatais indicavam a <strong>em</strong>ergência de novos parâmetros<br />

<strong>na</strong> institucio<strong>na</strong>lidade pública da promoção <strong>do</strong> desenvolvimento, informa<strong>do</strong>s,<br />

principalmente, pelo movimento de reforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> sob influência <strong>do</strong> neoliberalismo.<br />

Nesta visão, as ONGs e a organizações sociais cumpriam o papel de substitutas de sua<br />

intervenção <strong>em</strong> várias áreas. Sob o pre<strong>texto</strong> da contenção orçamentária para o alívio das<br />

dívidas inter<strong>na</strong> e exter<strong>na</strong>, o Esta<strong>do</strong> deveria diminuir de tamanho e atuar no que fosse<br />

estritamente imprescindível. As ONGs foram, então, conduzidas ao patamar de<br />

parceiras privilegiadas para a condução de projetos e programas de desenvolvimento.<br />

Também é verdade que as próprias ONGs buscaram, a partir <strong>do</strong>s anos 90, maior<br />

visibilidade às suas experiências e propostas. Os ideais de transformação social cediam<br />

espaço para o desejo de uma maior participação nos processos de gestão pública,<br />

inclusive <strong>na</strong> elaboração de políticas que incorporass<strong>em</strong> seu acúmulo de conhecimentos e<br />

experiências, introduzin<strong>do</strong> transformações graduais nos mo<strong>do</strong>s convencio<strong>na</strong>is de<br />

entender e promover processos de desenvolvimento. Estas mudanças conjunturais<br />

contribuíram para difundir os princípios e méto<strong>do</strong>s construí<strong>do</strong>s pelas ONGs.<br />

Traça<strong>do</strong> este quadro de caracterização histórica das ONGs de desenvolvimento,<br />

no segun<strong>do</strong> capítulo procura-se compreender quais teriam si<strong>do</strong> os referenciais teóricos e<br />

ideológicos que representaram as principais fontes para a construção das propostas de<br />

intervenção das ONGs de desenvolvimento. Para alcançar este objetivo, inicia-se,<br />

revisan<strong>do</strong> um determi<strong>na</strong><strong>do</strong> conjunto da literatura que trata sobre o t<strong>em</strong>a, procuran<strong>do</strong><br />

construir uma tipologia básica <strong>do</strong>s mo<strong>do</strong>s e enfoques teóricos que elaboram sobre a<br />

questão da promoção <strong>do</strong> desenvolvimento e que, ao fazê-lo, organizam determi<strong>na</strong>das<br />

princípios e procedimentos sobre artifícios para alcançar, <strong>na</strong> prática, os objetivos<br />

traça<strong>do</strong>s teoricamente. A seguir é feita uma caracterização <strong>do</strong> modelo de<br />

desenvolvimento econômico que t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> heg<strong>em</strong>onicamente a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelos países<br />

pobres. Embora se destaque algumas particularidades regio<strong>na</strong>is e adaptações ao longo<br />

<strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, o objetivo é realçar suas características e concepções mais gerais<br />

possibilitan<strong>do</strong>, mais adiante, o seu contraste com as alter<strong>na</strong>tivas que surg<strong>em</strong> <strong>em</strong><br />

concorrência à sua preponderância.<br />

Estas alter<strong>na</strong>tivas ao modelo convencio<strong>na</strong>l de desenvolvimento econômico são<br />

mapeadas <strong>na</strong> seqüência <strong>do</strong> <strong>texto</strong>. Neste momento, a<strong>na</strong>lisamos como, no início <strong>do</strong>s anos<br />

70, a percepção sobre os limites <strong>do</strong> crescimento econômico <strong>do</strong>s países ricos e as<br />

desilusões com os resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s <strong>na</strong> promoção <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong>s países<br />

pobres desencadeiam uma série de estu<strong>do</strong>s e pesquisas que buscam considerar os<br />

impactos <strong>do</strong> crescimento econômico sobre os recursos <strong>na</strong>turais e a possibilidade de<br />

alter<strong>na</strong>tivas à preponderância <strong>do</strong> caráter estritamente econômico sobre as intenções de<br />

promoção <strong>do</strong> desenvolvimento. As teorias, <strong>do</strong>utri<strong>na</strong>s e modelos de desenvolvimento até<br />

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