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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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principalmente – passam a se identificar com novos t<strong>em</strong>as e começam, gradativamente,<br />

a ser vistas com outros olhos e interesses por seus representa<strong>do</strong>s, os agricultores. A<br />

ampliação de sua atuação conferiu-lhes um outro tipo de atitude e legitimidade. Os<br />

sindicatos, principalmente, incr<strong>em</strong>entaram sua capacidade de formulação e defesa de<br />

novas propostas perante as instituições públicas, ou seja, houve uma aparente melhoria<br />

de sua capacidade de ação política. Este avanço parece estar diretamente relacio<strong>na</strong><strong>do</strong> à<br />

sua adesão ao programa de desenvolvimento local promovi<strong>do</strong> pela AS-PTA que deu<br />

impulso ao processo de renovação sindical que vinha ocorren<strong>do</strong> desde o início <strong>do</strong>s anos<br />

90 (ALMEIDA & CORDEIRO, 2002).<br />

Os STRs, por sua vez, passaram a assumir um papel mais efetivo <strong>na</strong> promoção da<br />

agroecologia. Especial destaque neste campo merece o STR de Lagoa Seca que, além de<br />

intensificar sobr<strong>em</strong>aneira as ações <strong>na</strong> área de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong> município,<br />

t<strong>em</strong> exerci<strong>do</strong> importante função <strong>na</strong> articulação política entre organizações de agricultores<br />

familiares de vários municípios da região que têm d<strong>em</strong>onstra<strong>do</strong> interesse <strong>em</strong> se <strong>integra</strong>r <strong>na</strong><br />

dinâmica regio<strong>na</strong>l de promoção da agroecologia (AS-PTA, 2001, p.20).<br />

Como parte de processo de di<strong>na</strong>mização da atividade associativa regio<strong>na</strong>l, foi<br />

criada, <strong>em</strong> 1994, a Articulação <strong>do</strong> S<strong>em</strong>i-Ári<strong>do</strong> Paraibano, um fórum estadual <strong>do</strong> qual<br />

participam diversas organizações de agricultores, organizações de movimentos sociais,<br />

ONGs e outras entidades da sociedade civil, para discutir alter<strong>na</strong>tivas à promoção <strong>do</strong><br />

desenvolvimento rural no s<strong>em</strong>i-ári<strong>do</strong> paraibano. Esta ampla articulação política entre<br />

diversas organizações e entidades contribuiu de mo<strong>do</strong> decisivo à difusão da estratégia<br />

<strong>do</strong>s bancos de s<strong>em</strong>ente comunitários, como um <strong>do</strong>s meios para elevar os níveis de<br />

seguridade alimentar <strong>do</strong>s agricultores familiares. 117<br />

Junto com os bancos de s<strong>em</strong>entes comunitários difundia-se a idéia de que os<br />

processos de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento deveriam a<strong>do</strong>tar os princípios<br />

participativos como padrão para a sua execução, envolven<strong>do</strong> agricultores, lideranças<br />

locais e técnicos <strong>na</strong> discussão e gestão das políticas impl<strong>em</strong>entadas. Esta inovação<br />

implicaria a necessidade de mudanças profundas <strong>na</strong>s institucio<strong>na</strong>lidades públicas. Neste<br />

mo<strong>do</strong> de conceber os processos de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento, as organizações<br />

locais, articuladas a nível regio<strong>na</strong>l, ganhariam um maior poder de influência e barganha<br />

ao negociar com o Esta<strong>do</strong>, por ex<strong>em</strong>plo, os senti<strong>do</strong>s e rumos da intervenção.<br />

Estas novas formas de relação entre a sociedade organizada e o Esta<strong>do</strong> ainda<br />

depend<strong>em</strong> de uma maior qualificação tanto das propostas alter<strong>na</strong>tivas e de seus<br />

resulta<strong>do</strong>s quanto <strong>do</strong> processo político de articulação entre as organizações locais, o que<br />

fortaleceria o alcance de sua autonomia propositiva e o seu poder de influência <strong>na</strong><br />

abertura de ca<strong>na</strong>is de negociação com o Esta<strong>do</strong>. O processo de organização <strong>do</strong>s atores<br />

sociais <strong>do</strong>s municípios onde foram impl<strong>em</strong>enta<strong>do</strong>s programas de desenvolvimento local<br />

<strong>na</strong> Paraíba aponta para esta possibilidade ao colocar <strong>em</strong> ce<strong>na</strong> novas t<strong>em</strong>áticas e novas<br />

questões sobre a a gestão pública <strong>do</strong>s processos de desenvolvimento.<br />

Na Paraíba, as negociações lideradas pela Articulação <strong>do</strong> S<strong>em</strong>i-Ári<strong>do</strong> Paraibano<br />

e pelo Pólo Sindical da Borbor<strong>em</strong>a com órgãos gover<strong>na</strong>mentais resultaram <strong>na</strong> criação de<br />

um programa de s<strong>em</strong>entes no governo estadual. A mobilização de lideranças,<br />

agricultores e técnicos tentou interferir <strong>na</strong>s concepções <strong>do</strong> programa gover<strong>na</strong>mental para<br />

117<br />

Em 2002 eram contabiliza<strong>do</strong>s 215 bancos de s<strong>em</strong>entes comunitários <strong>em</strong> todas as regiões <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da Paraíba<br />

(ALMEIDA & CORDEIRO, 2002).<br />

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