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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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e/ou participação <strong>em</strong> eventos promovi<strong>do</strong>s ou apoia<strong>do</strong>s pela rede, esse el<strong>em</strong>ento é<br />

incorpora<strong>do</strong> à Rede (SIDERSKY & FIGUEIREDO, 1988, p.15 – grifos <strong>do</strong>s autores).<br />

O terceiro passo seria a coleta (ou o registro) de informações sobre as<br />

tecnologias alter<strong>na</strong>tivas identificadas. Neste momento, deveriam ser identificadas “as<br />

tecnologias que, atenden<strong>do</strong> aos interesses <strong>do</strong> pequeno produtor, reforçam sua<br />

capacidade de resistência <strong>na</strong> terra, de melhorar seu padrão de vida e segurança<br />

econômica” (SIDERSKY, 1986, p.6). Uma vez identificadas tecnologias que atendess<strong>em</strong> a<br />

estes requisitos, <strong>em</strong> um próximo passo, estas deveriam ser classificadas ou<br />

sist<strong>em</strong>atizadas de acor<strong>do</strong> com a sua pertinência a um <strong>do</strong>s seguintes sete grandes grupos:<br />

produção agrícola, produção animal, transformação da produção, comercialização,<br />

transporte, água e energia de consumo <strong>do</strong>méstico e saúde e nutrição. Para cada<br />

tecnologia alter<strong>na</strong>tiva identificada, a equipe de técnicos deveria pesquisar<br />

extensivamente o seu histórico <strong>na</strong> localidade, a sua utilização (objetivos e probl<strong>em</strong>a<br />

para o qual foi criada), os materiais, conhecimentos e habilidades necessárias à sua<br />

impl<strong>em</strong>entação, os custos envolvi<strong>do</strong>s <strong>na</strong> sua impl<strong>em</strong>entação; deveriam ser elaboradas<br />

descrições precisas sobre o seu processo de funcio<strong>na</strong>mento, manutenção, aplicação e, se<br />

possível, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong> seu uso nos processos produtivos. 101 Por fim,<br />

o quarto passo <strong>na</strong> constituição de uma rede de TA seria trabalhar com os fluxos de<br />

informação, a difusão das tecnologias e/ou experiências, permitin<strong>do</strong> a circulação da<br />

mesma entre os diversos atores que constituíam a rede de intercâmbio.<br />

(...) o trabalho mais especificamente “técnico” de resgate e difusão de tecnologias tinha<br />

como pano de fun<strong>do</strong> as questões presentes no movimento de agricultura alter<strong>na</strong>tiva<br />

(aproveitan<strong>do</strong> as contribuições de diversas correntes s<strong>em</strong> se “filiar” a nenhuma delas), onde<br />

de uma forma geral duas questões se destacavam: uma era a denúncia ao uso de produtos<br />

químicos, e a outra era a questão da degradação <strong>do</strong>s solos. De certa forma, subjacente a<br />

estas duas questões estava a crítica ao modelo energético basea<strong>do</strong> no petróleo – que se<br />

des<strong>do</strong>bra, <strong>na</strong> agricultura, no tripé mecanização, agrotóxicos e adubos químicos. As<br />

tecnologias identificadas como “alter<strong>na</strong>tivas” estavam <strong>em</strong> geral associadas a essas três<br />

questões: eram “alter<strong>na</strong>tivas” aos tratores (tração animal, impl<strong>em</strong>entos simplifica<strong>do</strong>s, etc.),<br />

aos agrotóxicos (venenos “caseiros”, méto<strong>do</strong>s de controle de pragas e <strong>do</strong>enças), e aos<br />

adubos químicos (méto<strong>do</strong>s de adubação orgânica) (CINTRÃO, 1996, p.51).<br />

A idéia inicial da coorde<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>do</strong> projeto era que as equipes de TA<br />

tivess<strong>em</strong> uma estratégia geral de ação, com etapas e processos previamente defini<strong>do</strong>s a<br />

partir da meto<strong>do</strong>logia descrita anteriormente. Na prática, o que se observou foi uma<br />

diversidade de formas de atuação, que variava de acor<strong>do</strong> com as contingências<br />

enfrentadas por cada grupo, a partir de seu <strong>em</strong>bate com a realidade vivenciada (PTA-<br />

FASE, 1988). De um mo<strong>do</strong> geral, os técnicos tenderam a trabalhar reunin<strong>do</strong> os<br />

agricultores – com a mediação de líderes das associações de produtores e <strong>do</strong>s sindicatos<br />

de trabalha<strong>do</strong>res rurais – para apresentar o projeto, discursar sobre a sua importância e<br />

fazer um levantamento <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as por eles enfrenta<strong>do</strong>s. Eleitos os probl<strong>em</strong>as<br />

prioritários, de mo<strong>do</strong> participativo, buscava-se explicitar as soluções conhecidas pelos<br />

técnicos ou criadas pelos agricultores. Aquelas apresentadas pelos agricultores e que<br />

101 De acor<strong>do</strong> com LIMA (1987, p.6), o momento de sist<strong>em</strong>atização seria aquele <strong>em</strong> que “se deve buscar no<br />

conhecimento científico a validação/negação <strong>do</strong> conhecimento <strong>em</strong>pírico <strong>do</strong>s agricultores. Em maior ou menor<br />

grau, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> objeto da experiência, são usa<strong>do</strong>s os recursos da consulta bibliográfica, consultas a<br />

especialistas e a instituições de ensino e pesquisa. A sist<strong>em</strong>atização deve oferecer um produto <strong>em</strong> condições de<br />

ser divulga<strong>do</strong>”.<br />

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