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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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que garantisse sua direção e sua gestão. As potencialidades para o desenvolvimento<br />

poderiam ser compreendidas como imanentes às sociedades, as habilidades e o controle<br />

para condução <strong>do</strong>s processos, n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre. Estas ações deveriam ocorrer, normalmente,<br />

sob controle, supervisão ou coorde<strong>na</strong>ção de um agente externo, aquele que garantiria o<br />

suprimento de capital, de diversos tipos, à consecução <strong>do</strong> progresso deseja<strong>do</strong>. Assim,<br />

como afirma THOMAS (1997, p.2), o desenvolvimento tornou-se “um processo que<br />

resulta de esforços delibera<strong>do</strong>s da parte de várias instituições ou agências, inclusos os<br />

governos, to<strong>do</strong>s os tipos de organizações e movimentos sociais”.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, o desenvolvimento poderia ser compreendi<strong>do</strong> como parte da<br />

política <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para conduzir os objetivos de uma <strong>na</strong>ção <strong>na</strong> promoção <strong>do</strong> seu<br />

incr<strong>em</strong>ento econômico e <strong>na</strong> geração de autonomia perante outras <strong>na</strong>ções. Por outro la<strong>do</strong>,<br />

consideran<strong>do</strong> um outro nível de abstração, o desenvolvimento também poderia ser<br />

compreendi<strong>do</strong> como parte <strong>do</strong>s esforços de agentes não-gover<strong>na</strong>mentais e priva<strong>do</strong>s para<br />

promover o incr<strong>em</strong>ento das habilidades e capacidades de determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s grupos ou<br />

setores da população, de mo<strong>do</strong> compl<strong>em</strong>entar ou independente à ação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Neste<br />

caso,<br />

(…) development is constructed as “a process of enlarging people’s choice”; of enhancing<br />

“participatory d<strong>em</strong>ocratic process” and the “ability of people to have a say in the decisions<br />

that shape their lives”; of providing “human beings with the opportunity to develop their<br />

fullest potential”; of e<strong>na</strong>bling the poor, women, and “free independent peasants” to<br />

organize for th<strong>em</strong>selves and work together (COWEN & SHENTON, 1996, p.3).<br />

Na realidade, o Esta<strong>do</strong> foi, historicamente, o principal promotor e o principal<br />

tutor das ações de desenvolvimento, tanto <strong>do</strong>s processos de elaboração e gestão das<br />

políticas e intenções quanto <strong>do</strong>s processos de execução, <strong>em</strong> diversos níveis, das ações<br />

<strong>em</strong> prol de algum tipo de desenvolvimento. A pro<strong>em</strong>inência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> sobre os<br />

processos de desenvolvimento teve suas origens <strong>na</strong> Europa, nos con<strong>texto</strong>s das políticas<br />

imperialistas e ganhou ênfase no cenário pós-1945, nos esforços para a reconstrução<br />

européia e <strong>na</strong>s intenções de incr<strong>em</strong>ento <strong>do</strong>s níveis de vida das colônias e ex-colônias e<br />

de erradicação da pobreza nos países <strong>do</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong>, que deveriam ser<br />

<strong>em</strong>preendi<strong>do</strong>s principalmente por intermédio <strong>do</strong> planejamento e da administração<br />

estatais. O sucesso da reconstrução da Europa e da estratégia de ajuda exter<strong>na</strong>, por meio<br />

<strong>do</strong> Plano Marshall, teriam legitima<strong>do</strong> a idéia de que um aparato estatal forte e ativo,<br />

basea<strong>do</strong> <strong>na</strong> planificação, poderia, por meio de suas ações, enfrentar o probl<strong>em</strong>a <strong>do</strong><br />

desenvolvimento, principalmente a pobreza e o des<strong>em</strong>prego <strong>na</strong> África, Ásia e América<br />

<strong>do</strong> Sul.<br />

(…) desde os primeiros anos após a Segunda Guerra, o objetivo declara<strong>do</strong> <strong>do</strong>s programas<br />

econômicos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>do</strong>s países s<strong>em</strong>iperiféricos e periféricos e <strong>do</strong>s programas de ajuda<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>em</strong>preendi<strong>do</strong>s por países centrais e agências fi<strong>na</strong>nceiras inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is t<strong>em</strong><br />

si<strong>do</strong> a aceleração <strong>do</strong> crescimento econômico <strong>do</strong>s países subdesenvolvi<strong>do</strong>s, como meio para<br />

“elimi<strong>na</strong>r o fosso” entre estes e os países desenvolvi<strong>do</strong>s (SANTOS & RODRÍGUEZ,<br />

2002, p.45).<br />

Nesta perspectiva, a promoção <strong>do</strong> desenvolvimento, via programas e projetos<br />

gover<strong>na</strong>mentais, era tida como um probl<strong>em</strong>a meramente técnico-administrativo,<br />

principalmente referi<strong>do</strong> a questões econômicas, d<strong>em</strong>andan<strong>do</strong>, pois, soluções técnicas e<br />

qualificadas (STIGLITZ, 1998). Os programas de desenvolvimento surgi<strong>do</strong>s no pósguerra<br />

caracterizavam-se por ser<strong>em</strong> concebi<strong>do</strong>s e impl<strong>em</strong>enta<strong>do</strong>s de mo<strong>do</strong> a<br />

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