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Essa questão se torna relevante na medida que ela pode lançar uma luz sobre o
comportamento ambivalente da mulher em relação a sua mãe, amigas ou colegas, bem
como com seu companheiro.
No texto Em Algumas Conseqüências Psíquicas da Distinção Anatômica Entre
os Sexos, citado por Millot, Freud enuncia o seguinte: “Não posso fugir à noção e
embora hesite em lhe dar expressão de que, para as mulheres, o nível daquilo que é
eticamente normal é diferente do que é nos homens sem superar nunca é tão
inexorável, tão impessoal, tão independente de suas origens emocionais como
exigimos que seja nos homens”. 226
O conceito acima remete ao estigma carregado pelas mulheres de serem mais
facilmente influenciadas em seus julgamentos por seus sentimentos de afeição e de
honestidade. São indicativos das diferenças entre os sexos e que suscitam indagações
polêmicas, sobretudo no interior das teorias feministas, como bem considera Elena
Larrauri 227 : qual a relação entre natureza e cultura e entre corpo e mente? Não tem a
anatomia do corpo relação com a mente?
No entendimento psicanalítico essas questões remetem à estruturação do
superego. O superego diz do processo da castração de como a criança faz a passagem
de um objeto amoroso para outro. Ou, em outras palavras, leva a pensar como foram
elaboradas simbolicamente suas inevitáveis perdas.
226 FREUD, apud MILLOT. Op. cit., p. 37.
227 LARRAURI. Op. cit., p. 12
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