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unijuí – universidade regional do noroeste do estado do rio grande ...

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alternativos, antagônicos, patológicos, que, embora bani<strong>do</strong>s <strong>do</strong> discurso hegemônico,<br />

com ele se intercomunicam livremente. É a partir dessa perspectiva que se pode pensar<br />

a coexistência de discursos alternativos ao discurso hegemônico, ao discurso da<br />

tradição, que institui um conjunto de funções socialmente essências à mulher, ao qual,<br />

porém, se opõe a personalidade individual, os discursos antagônicos.<br />

Cabem aqui os argumentos de Júlia Kristeva, que em sua teoria sobre a relação<br />

<strong>do</strong> sujeito falante com a linguagem aponta para a possibilidade de uma prática<br />

discursiva que desagrega e fragmenta as convenções impositivas e a estrutura unitária<br />

de qualquer código social 134 , ou seja, se existe um confinamento <strong>do</strong> eu no gênero, essa<br />

constrição, no entanto, nunca é total. A identidade de gênero é apenas orientada pela<br />

circunstância historicamente contingente.<br />

Kristeva opõe-se, assim, à tradição estruturalista psicanalítica <strong>do</strong> gênero,<br />

segun<strong>do</strong> a qual o sujeito falante não é sujeito das convenções <strong>do</strong> discurso lingüístico,<br />

mas sujeito a elas, ou seja, meninos e meninas recebem sua identidade de gênero em<br />

virtude de convenções sociolinguísticas <strong>do</strong> seu contexto social.<br />

A par disso, observam as autoras Seyla Benhabid e Drucilla Cornell, a epígrafe<br />

de Simone Beauvoir “não se nasce, mas torna-se mulher” 135 encerra a idéia de que o<br />

processo de generização, ou então o projeto de assumir um gênero deve ser<br />

134 Ver mais sobre esse tema em: BENHABID, Seyla; CORNELL, Drucilla (Coord.). Feminismo como crítica da<br />

modernidade. Trad. Nathanael da Costa Caixeiro. Rio de Janeiro: Rosa <strong>do</strong>s Ventos, 1987.<br />

135 BENHABID; CORNELL. Idem.<br />

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