unijuí – universidade regional do noroeste do estado do rio grande ...
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identidades fáticas ou promulgadas, transcenden<strong>do</strong>, assim, a mera reprodução de<br />
papéis, abrin<strong>do</strong> espaço para a criação e a fixação de outros discursos e<br />
representações.<br />
Não obstante, os discursos sobre a mulher já não podem ser considera<strong>do</strong>s<br />
expressão hegemônica da concepção masculina. Isso é váli<strong>do</strong> também no campo <strong>do</strong><br />
Direito: pelas mobilizações feministas que, por meio de suas demandas, influenciam os<br />
conteú<strong>do</strong>s legislativos, pelas teorias jurídicas feministas, pelas vozes das magistradas,<br />
defensoras, vítimas e rés e por outros pensamentos que conquistaram expressão.<br />
Assim sen<strong>do</strong>, o patriarca<strong>do</strong> que atravessa o Direito Penal não se sustenta unicamente<br />
pela lógica masculina, ele é reflexo, também, <strong>do</strong> discurso feminino.<br />
Face ao exposto, sugere-se a construção positiva da cidadania da mulher, pela<br />
via da positividade <strong>do</strong>s direitos, como alternativa para romper com o paradigma<br />
masculino inscrito no sistema penal. Isso requer, entretanto, outras vias de ação. Exige,<br />
por exemplo, uma maior conexão entre o público e o priva<strong>do</strong>, uma participação mais<br />
efetiva da mulher nos espaços democráticos de decisão, além de ampliar a sua<br />
inserção na produção intelectual, como meios de desarticular formas seculares de ser<br />
representada e de se perceber enquanto mulher.<br />
Um novo estatuto jurídico da mulher no campo penal significa, pois, romper com<br />
velhos paradigmas arraiga<strong>do</strong>s não apenas no Direito, mas no imaginá<strong>rio</strong> de homens e<br />
mulheres. Esse rompimento depende de novas formas de relação <strong>do</strong><br />
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