unijuí – universidade regional do noroeste do estado do rio grande ...
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fez essencialmente em torno de poder real. Segun<strong>do</strong> o autor, “é a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> poder real,<br />
em seu proveito e para servir-lhe de instrumento de justificação que o edifício jurídico<br />
de nossa sociedade foi elabora<strong>do</strong>” 16 , lembran<strong>do</strong> que essa construção teve como pilar o<br />
Direito Romano, cuja ressurreição no século XII significou efetivamente um <strong>do</strong>s<br />
instrumentos técnicos e constitutivos <strong>do</strong> poder monárquico autoritá<strong>rio</strong>, administrativo e<br />
absolutista.<br />
Consoante o autor, é <strong>do</strong> poder real que se discute nos <strong>grande</strong>s edifícios <strong>do</strong><br />
pensamento e <strong>do</strong> saber jurídico: como forma de legitimar o poder <strong>do</strong> soberano, ou mais<br />
tarde, para questionar seus limites e seus privilégios. “A teoria <strong>do</strong> Direito, da Idade<br />
Média em diante, tem essencialmente o papel de fixar a legitimidade <strong>do</strong> poder; isto é, o<br />
problema maior em torno <strong>do</strong> qual se organiza toda a teoria <strong>do</strong> direito é o da<br />
soberania”. 17<br />
Edmund Husserl, Martin Heidegger, Sigmund Freud, Gaston Bachelard, Jacques Lacan, dentre outros, se<br />
aprofundan<strong>do</strong> nos estu<strong>do</strong>s de Immanuel Kant. Admitia a influência de Martin Heidegger em sua obra, chegan<strong>do</strong> a<br />
afirmar: "To<strong>do</strong> o meu devir filosófico foi determina<strong>do</strong> por minha leitura de Heidegger". Influencia<strong>do</strong> também por<br />
Friedrich Nietzsche, por quem se apaixonou, e por Gaston Bachelard. Fez amizade com Louis Althusser, aderin<strong>do</strong> ao<br />
parti<strong>do</strong> comunista. Licenciou-se em Filosofia em 1948, e em Psicologia, em 1949. Também obteve o diploma de<br />
Psicologia Patológica, em 1952. Lecionou Psicologia e Filosofia em <strong>universidade</strong>s da Alemanha, Suécia, Tunísia e<br />
EUA. Trabalhou como psicólogo em hospitais psiquiátricos e prisões. Escreveu para diversos jornais. Viajou o<br />
mun<strong>do</strong> apresentan<strong>do</strong> conferências. Em 1955, foi morar na Suécia, onde conheceu Georges Dumézil. Esse contato foi<br />
importante para a evolução <strong>do</strong> seu pensamento. Conviveu com intelectualidades de sua época, como Jean-Paul<br />
Sartre, Jean Genet, Georges Canguilhem, Gilles Deleuze, Merlau-Ponty, Henri Ey, Jacques Lacan, Ludwig<br />
Binswanger. Em 1961, defendeu tese de Doutora<strong>do</strong>, intitulada "Loucura e Desrazão". Publicou várias obras, dentre<br />
elas: Doença Mental e Psicologia (1954); As Palavras e as Coisas (1966); A Arqueologia <strong>do</strong> Saber (1969); A Ordem<br />
<strong>do</strong> Discurso (1970); Vigiar e Punir (1977); O Cuida<strong>do</strong> de Si - História da Sexualidade III (1984). Michel Foucault<br />
faleceu no dia 25 de junho de 1984, em plena produção intelectual. Seu pensamento pode ser localiza<strong>do</strong> como parte<br />
<strong>do</strong> debate sobre modernidade, onde a razão iluminista ocupa o local de destaque. In: NICOLAZZI. Op. cit., p. 2-3.<br />
16 FOUCAULT, Michel. Microfísica <strong>do</strong> poder. Trad. Roberto Macha<strong>do</strong>. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979, p. 180.<br />
17 Idem, p. 181.<br />
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