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Antes de se prosseguir na discussão sobre as reivindicações feministas no
campo penal, cabe evidenciar alguns aspectos acerca dos movimentos emancipatórios,
cuja ênfase se deu a partir de meados dos anos 1960 nos Estados Unidos, 322 embora a
“palavra feminismo tivesse sua origem no contexto político francês do século XIX, para
designar os diferentes grupos que, de uma maneira ou de outra, tentaram melhorar a
situação das mulheres”. 323
Já no século XX, o movimento foi associado às mulheres que, na política,
salientaram as diferenças entre o homem e a mulher, “ou seja, as características
específicas da mulher, a sua natureza ímpar, a experiência mística da maternidade e a
sua pureza intrínseca”. 324 Essas correntes do feminismo foram consideradas
“românticas”, sendo substituídas por movimentos políticos mais racionalistas, como os
da corrente liberal e marxista, que passaram a sublinhar, não as diferenças, mas as
semelhanças entre os sexos.
As ativistas feministas foram “identificadas como lésbicas ou como mulheres
feias e mal-amadas, que odiavam os homens e queriam o seu lugar” 325 , observa Maria
Berenice Dias, e, ainda, “o medo da identificação com esse estereótipo gerou tal carga
de aversão a essa expressão, que foi repudiada pelas próprias mulheres e acabou por
marginalizar o movimento até os dias de hoje”. 326
322 DAHL. Op. cit., p. 13.
323 Idem, ibidem.
324 Idem, ibidem.
325 DIAS. Op.cit., p. 77.
326 Idem, ibidem.
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