unijuí – universidade regional do noroeste do estado do rio grande ...

sujeito, liberto dos grilhões da religião, atingira também as mulheres [...]”. 182 No
entender da autora, o repúdio à submissão, ao casamento, à prisão da maternidade era
comum também na Inglaterra e na Alemanha, onde as mulheres tentavam cultivar o
intelecto e conquistar espaço na vida pública.
Referindo-se à participação das mulheres na Revolução Francesa, Rosalind
Miles 183 afirma que o movimento nunca teria alcançado tamanha força revolucionária
sem a presença das mulheres que saíram às ruas feito “monstros furiosos”,
independentemente de sua classe social, a exemplo do que já havia ocorrido na Guerra
Civil Inglesa, no século anterior, e na Revolução Americana. As guerras, européias e
americanas, simbolizaram novas oportunidades às mulheres.
As revolucionárias francesas não estavam apenas servindo a uma causa dos
homens: eram as idéias do feminismo que começavam a lançar raízes e a florescer.
Revolucionárias, sanguinárias, enfurecidas, ou com sarcásticas reflexões,
denunciavam suas precárias condições de trabalho nas fábricas, seus baixos salários, a
falta de perspectivas de emprego, sua submissão ao lar. Os manifestos atribuíam as
causas dessa situação à falta de uma educação adequada.
A pouca escolaridade das mulheres era pretexto para que os homens lhes
negassem os direitos políticos, e a falta de direitos políticos tornava impossível à mulher
182 KEHL. Op. cit., p. 63.
183 MILES. Op. cit., p. 200.
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