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O que o positivismo criminológico propõe é uma rigorosa mudança no método de
análise do seu objeto, influência da concepção positivista de ciência, cujo universo é
concebido como um conjunto de fenômenos casualmente determinados. A função da
ciência positivista consiste em descobrir na realidade factual as leis gerais através das
quais o determinismo se manifesta, valendo-se de um método experimental, ou
empírico-indutivo para a análise do seu objeto.
No dizer de Enrico Ferri, a diferença fundamental entre as duas escolas está no
“método”, dedutivo e de lógica abstrata para a Escola Clássica e indutivo e de
observação dos fatos para a Escola Positiva. “Aquela tendo por objeto ‘o crime’ como
entidade jurídica, esta ao contrário o ‘delinqüente’ como pessoa, revelando-se mais ou
menos socialmente perigosa pelo delito praticado” 88 .
Vera Regina de Andrade observa que por meio de Enrico Ferri o positivismo
assume a tarefa de resgatar o “social” e os direitos da sociedade. “A defesa dos direitos
humanos, protagonizada pelo classicismo, era denunciada como individualismo
exacerbado, pelo conseqüente esquecimento da defesa da sociedade” 89 , assinala a
autora.
Também lembra que a Escola Positivista assumia a simultânea tarefa de
deslocar a problemática penal do plano da razão para o plano da realidade, de uma
88 FERRI, Enrico. Princípios de direito criminal: o criminoso e o crime. Trad. Luiz Lemos de Oliveira. São Paulo:
Saraiva, 1931, p. 43.
89 ANDRADE. Op. cit., p. 61.
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