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unijuí – universidade regional do noroeste do estado do rio grande ...

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sobre todas as outras. As mães possuem “os destinos <strong>do</strong> gênero humano”, escreve<br />

Luis-Aimé em sua obra Da Educação das Mães de Família. 177<br />

A iconografia da época reproduz essa imagem reconfortante da mulher terna,<br />

mãe, sonha<strong>do</strong>ra, sentada à janela. As imagens traduzem o universo da repetição, <strong>do</strong><br />

íntimo, <strong>do</strong> limita<strong>do</strong>. Transposto o territó<strong>rio</strong> romântico, a mulher é excluída <strong>do</strong> relato.<br />

Pode-se até mesmo afirmar que a mulher improdutiva é ignorada pela história da<br />

economia, da política, da história <strong>do</strong> saber, em que ela parece como mera coadjuvante.<br />

Para Michelle Perrot, “as relações das mulheres com o poder 178 inscrevem-se<br />

primeiramente num jogo de palavras. Se elas não têm o poder, as mulheres têm, diz-se,<br />

poderes”. 179 No Ocidente moderno, as mulheres não só reinam no imaginá<strong>rio</strong> <strong>do</strong>s<br />

homens, a força com que tomam espaço em todas as formas de representação ilustra<br />

este fato, elas também investem no priva<strong>do</strong>, no social e na vida civil.<br />

Nessa perspectiva, antes de apresentar-se o discurso masculino sobre as<br />

mulheres, o qual traduz as imposições às mulheres na modernidade, trazem-se neste<br />

espaço, alguns aspectos acerca das possibilidades <strong>do</strong> lugar social da mulher na Europa<br />

ocidental burguesa.<br />

177 Cita<strong>do</strong> por Michele Perrot em Os excluí<strong>do</strong>s da história, p. 169.<br />

178 A autora toma o termo no seu senti<strong>do</strong> polissêmico, ou seja, como fragmentos múltiplos; equivalente a influências<br />

difusas e periféricas, onde, segun<strong>do</strong> ela, as mulheres têm sua <strong>grande</strong> parcela. Observa-se, neste senti<strong>do</strong>, que o<br />

conceito da autora, mesmo apresentan<strong>do</strong> uma diferença entre poder (no singular) de conotação política, designan<strong>do</strong> a<br />

figura central <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, comumente masculina; está na mesma linha em que o termo foi toma<strong>do</strong> no primeiro<br />

capítulo deste estu<strong>do</strong>, em que se optou conceituá-lo a partir da perspectiva que lhe é atribuída por Michel Foucault.<br />

In: PERROT, Michelle. Os excluí<strong>do</strong>s da história, p. 167.<br />

179 Idem, ibidem.<br />

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