unijuí – universidade regional do noroeste do estado do rio grande ...
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de que cada sujeito deve escrever seu próp<strong>rio</strong> destino, de acor<strong>do</strong> com sua própria<br />
vontade”. 154<br />
Âmago de contradições, porém possibilidade de modificação para a mulher de<br />
suas práticas falantes; é o inscrever-se de mo<strong>do</strong> diferente no discurso <strong>do</strong> outro, de<br />
inventar um outro senti<strong>do</strong> para a sua existência, ou antão, de abrir novas estruturas<br />
narrativas, possibilitan<strong>do</strong>-lhe um lugar ativo na estrutura viva da língua, o que Saussure,<br />
em sua Teoria Lingüística, considera “fala”.<br />
Era fazer o que a psicanálise lacaniana convencionou chamar um “furo” na<br />
língua, enquanto sujeito <strong>do</strong> desejo, em busca de um significante que o realize. Ou, no<br />
entendimento foucaultiano de discurso, era a possibilidade de inscrever algum<br />
significante novo na rede de discursos, na mecânica <strong>do</strong> poder.<br />
Na seqüência deste estu<strong>do</strong>, estar-se-á apresentan<strong>do</strong> o discurso filosófico sobre a<br />
diferença <strong>do</strong>s sexos e o discurso jurídico que cria estratégias de gênero, consideran<strong>do</strong><br />
o campo histórico, cultural, político e econômico em que esses se configuram.<br />
Recuperar o discurso da tradição permite desmascarar a naturalidade de certos<br />
conceitos, valores e instituições que orientam a prática jurídica, armadilha que se<br />
oferece à própria mulher.<br />
154 KEHL. Op. cit., p. 53.<br />
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