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unijuí – universidade regional do noroeste do estado do rio grande ...

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descrédito nos órgãos estatais, coexiste “com uma forte e contraditória demanda<br />

relegitima<strong>do</strong>ra de sua atuação”. 331<br />

É nessa demanda que se inscreve a política criminal feminista no Brasil. Para<br />

Vera Regina de Andrade 332 , há no país um profun<strong>do</strong> déficit de recepção da Criminologia<br />

Crítica e o que é ainda mais grave, observa a autora, há um profun<strong>do</strong> déficit de<br />

produção criminológica crítica e feminista. Ou seja, os movimentos das mulheres e a<br />

política criminal feminista defendida no parlamento mantêm-se à margem das<br />

discussões teóricas críticas da academia, ainda que essas se dêem de forma<br />

insuficiente no Brasil ou não transponham os limites da <strong>universidade</strong>.<br />

Por conseguinte, cabe argumentar que o déficit de “diálogo” entre os movimentos<br />

feministas e as teorias acadêmicas resultam em políticas não apenas criminais, mas<br />

também em políticas de gênero em seu senti<strong>do</strong> mais amplo, inócuas e utópicas, além<br />

de contraditórias aos objetivos nelas propostas.<br />

A criminologia feminista alerta para o excessivo recurso que o feminismo vem<br />

fazen<strong>do</strong> <strong>do</strong> sistema penal: a criminalização de novas condutas pela insuficiência de<br />

tipos penais que protejam a mulher (no caso <strong>do</strong> Brasil, tipificou-se o assédio sexual e a<br />

violência <strong>do</strong>méstica), a redefinição <strong>do</strong>s tipos penais a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> uma redação de gênero<br />

neutra (esta questão está contemplada no projeto de reforma da parte especial <strong>do</strong><br />

331 ANDRADE, Vera Regina Pereira de. Criminologia e feminismo: da mulher como vítima à mulher como sujeito de<br />

construção da cidadania. In: Seqüência, Estu<strong>do</strong>s Jurídicos e Políticos. Santa Catarina: UFSC, a. 19, n. 35, dez.<br />

1997, p. 43.<br />

332 Idem.<br />

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