unijuí – universidade regional do noroeste do estado do rio grande ...
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separação é reconhecida como necessária à vida da natureza, por outro é percebida<br />
com sérias críticas. Daí o trabalho da dialética, observa a autora.<br />
Enquanto durante a Revolução Francesa a reflexão sobre as mulheres atravessa<br />
o espaço <strong>do</strong> Direito e o espaço da natureza, em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XIX a história<br />
política e a história filosófica modificam a problemática: passa a apresentar-se um<br />
discurso sobre o amor, o desejo humano e a transcendência, concorren<strong>do</strong> com a<br />
metafísica da diferença. Ou então “[...] a misogenia <strong>do</strong>s filósofos muda de natureza;<br />
sem dúvida porque a emancipação das mulheres se deixa entrever concretamente e<br />
porque o feminismo, como movimento social e político, se torna uma realidade<br />
pública”. 212<br />
Nessa discussão binária sobre o masculino e o feminino, Artur Schopenhauer<br />
“escreve uma metafísica <strong>do</strong> amor” 213 em que a relação entre os <strong>do</strong>is sexos aparece<br />
como uma relação de correspondência, de complementaridade entre o homem e a<br />
mulher, ten<strong>do</strong> cada qual a sua função. Opon<strong>do</strong>-se aos discursos da maioria <strong>do</strong>s outros<br />
filósofos, na sua metafísica, ao pai cabe o caráter e a vontade; à mãe, o intelecto, o<br />
racional.<br />
Entretanto, quan<strong>do</strong> o seu discurso atravessa as fronteiras <strong>do</strong> amor e focaliza a<br />
diferença entre os sexos, ou então a metafísica da sexuação <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, o tom muda,<br />
212 Idem, p. 75.<br />
213 Idem, p. 69.<br />
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