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Tribunal de Justiça do Estado do Rio - Emerj

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3.4 Hipóteses não-configura<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> inadimplemento antecipa<strong>do</strong>Diante <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas situações, é certo que a própria <strong>do</strong>utrinajá se manifestou acerca da impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> configuração da quebraantecipada. Passa-se, portanto, a uma análise <strong>de</strong> algumas das referidassituações.3.4.1 O caso fortuito e a força maiorConforme já menciona<strong>do</strong>, nas hipóteses <strong>de</strong> caso fortuito e <strong>de</strong> forçamaior, <strong>de</strong>ixa-se <strong>de</strong> aplicar a teoria <strong>do</strong> inadimplemento antecipa<strong>do</strong>, hajavista a inexistência <strong>do</strong> seu elemento subjetivo, mais especificamente, daausência <strong>de</strong> culpa <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r pelo não cumprimento das obrigações.É assim que se posiciona RAPHAEL MANHÃES MARTINS, o qualafirma que o inadimplemento antecipa<strong>do</strong> não se configurará quan<strong>do</strong> o<strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r estiver “diante <strong>de</strong> caso fortuito ou força maior.” 41 . E nem po<strong>de</strong>riase dar <strong>de</strong> outra forma, uma vez que, nessas hipóteses, o inadimplementoestaria liga<strong>do</strong> a fatores absolutamente alheios à vonta<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r,razão pela qual não se mostraria justa a imputação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>pelo não cumprimento <strong>do</strong> contrato.3.4.2 A mera dificulda<strong>de</strong> ou a impossibilida<strong>de</strong> temporáriaAlém disso, a mera dificulda<strong>de</strong> ou a impossibilida<strong>de</strong> temporáriatambém impe<strong>de</strong>m a configuração <strong>do</strong> inadimplemento antecipa<strong>do</strong>, hajavista que, nesses casos, não haverá a necessária <strong>de</strong>finitivida<strong>de</strong> e certezana recusa expressa ou no comportamento <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r. Nesse senti<strong>do</strong>,explica RUY ROSADO DE AGUIAR que: “Ficam excluídas a simples dificulda<strong>de</strong>e a impossibilida<strong>de</strong> temporária. A prática <strong>de</strong> atos contrários ao contratoe a <strong>de</strong>claração <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r <strong>de</strong> que não honrará a obrigação <strong>de</strong>vemestar <strong>de</strong>vidamente <strong>de</strong>monstradas e caracterizadas, crian<strong>do</strong> uma situaçãoque inevitavelmente levará ao <strong>de</strong>scumprimento.”. 42A<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> o mesmo posicionamento, esclarece JOSÉ ROBERTODE CASTRO NEVES que “a mera dificulda<strong>de</strong> no futuro cumprimento ouo receio <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r <strong>de</strong> que não entregará a prestação não acarretam oinadimplemento antecipa<strong>do</strong>.” 43 Isso porque, no caso da impossibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> cumprimento, ela <strong>de</strong>ve estar <strong>do</strong>tada <strong>de</strong> certeza a ponto <strong>de</strong> não gerar41 op. cit. p. 207.42 op. cit. p. 127.43 O Direito das Obrigações, GZ, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, 2008, p. 355.158R. EMERJ, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 145-172, out.-<strong>de</strong>z. 2011

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