10.07.2015 Views

Tribunal de Justiça do Estado do Rio - Emerj

Tribunal de Justiça do Estado do Rio - Emerj

Tribunal de Justiça do Estado do Rio - Emerj

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

aconteceu com as treze colônias inglesas que formaram os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>sda América. Naquela ocasião, as treze colônias inglesas que se <strong>de</strong>clararamin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes chegaram à conclusão <strong>de</strong> que seriam vulneráveis sepermanecessem separadas. Porém, se unidas, po<strong>de</strong>riam construir umanação mais forte. Assim, cada uma das treze colônias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, calcadasna <strong>do</strong>utrina <strong>de</strong> Thomas Jefferson, repassou parcela <strong>de</strong> sua soberaniapara a criação <strong>de</strong> um ente maior, vale dizer, a União, e resguar<strong>do</strong>upara si a autonomia necessária para a autoadministração, autolegislaçãoe autogoverno. Daí nasceu o fe<strong>de</strong>ralismo em sua forma mais pura. NoBrasil, o fe<strong>de</strong>ralismo se mostrou <strong>de</strong> forma inversa. Não havia Esta<strong>do</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,mas, sim, um Esta<strong>do</strong> Unitário, que repassou parcelas <strong>de</strong> suasoberania para a criação <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>s membros. Por isso, é que se diz quenos EUA houve uma força centrípeta na criação da fe<strong>de</strong>ração e no Brasil,uma força centrífuga.A globalização e a aproximação <strong>do</strong>s povos acabaram por <strong>de</strong>terminarum interesse global <strong>de</strong> união e cooperação. Não há como fugir disso.A Organização das Nações Unidas e o <strong>Tribunal</strong> Penal Internacional estão aindicar que o mun<strong>do</strong> caminha para uma Fe<strong>de</strong>ração Global, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntee harmônica com os Esta<strong>do</strong>s-membros, <strong>do</strong>tada <strong>de</strong> autoadministração,autoorganização, autolegislação e autojurisdição. Hoje já se fala até mesmoem um Ministério Público Internacional, conforme a obra <strong>de</strong> BrunoFerolla (2002), intitulada: Rumo ao Ministério Público Mundial. Po<strong>de</strong>-sedizer, assim, que a Carta da ONU po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como uma verda<strong>de</strong>iraconstituição em sua essência, mas, instrumentalmente, é um trata<strong>do</strong>.MELLO (2004).A natureza jurídica da ONU não é um assunto que os <strong>do</strong>utrina<strong>do</strong>restenham encara<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> pacífico. Alguns <strong>do</strong>utrina<strong>do</strong>res afirmam queela é uma confe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> vocação universal. Outros preferem qualificálacomo um simples núcleo <strong>de</strong> fe<strong>de</strong>ração, uma vez que os princípios quenorteiam o fe<strong>de</strong>ralismo são <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s somente <strong>de</strong> forma parcial, poisnão foi organiza<strong>do</strong> um Po<strong>de</strong>r Legislativo. Na verda<strong>de</strong>, a Carta da ONU,apesar <strong>de</strong> ser um trata<strong>do</strong>, possui características <strong>de</strong> uma constituição,como bem assinala Celso <strong>de</strong> Albuquerque Mello (op. Cit. 2004). Este aspectoé ressalta<strong>do</strong> no fato <strong>de</strong> que nenhum Trata<strong>do</strong> Internacional po<strong>de</strong>violar os dispositivos imperativos da Carta da ONU, pois, diferentemente<strong>do</strong>s Trata<strong>do</strong>s, não está sujeita a reservas e as emendas são aplicadas a to-68R. EMERJ, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 57-71, out.-<strong>de</strong>z. 2011

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!