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Tribunal de Justiça do Estado do Rio - Emerj

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Baseio-me nas regras gerais <strong>do</strong> capítulo das provas <strong>do</strong> Direito ProcessualCivil e concluo que o magistra<strong>do</strong> tem toda a liberda<strong>de</strong> para analisar oassunto, bastan<strong>do</strong> justificar seu embasamento.Se, praticamente, levar em conta apenas a avaliação <strong>do</strong>s profissionais<strong>de</strong> Psicologia e Assistência Social, corre o risco <strong>de</strong> nem sempre acertar,uma vez que os interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m conseguir camuflar a alienaçãoparental, já prepara<strong>do</strong>s que po<strong>de</strong>m estar para escamotear a verda<strong>de</strong>.Se exagerar a importância da prova testemunhal, po<strong>de</strong> acontecer<strong>de</strong> se per<strong>de</strong>r no emaranha<strong>do</strong> <strong>de</strong> fatos isola<strong>do</strong>s trazi<strong>do</strong>s pelos <strong>de</strong>poimentos<strong>de</strong> “alia<strong>do</strong>s” <strong>de</strong> uma parte e da outra.Se estiver confiante <strong>de</strong>mais no conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>de</strong>poimentos pessoais<strong>do</strong>s interessa<strong>do</strong>s, sem maior aprofundamento na observação <strong>de</strong> “pequenosimportantes <strong>de</strong>talhes”, po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir areal situação.Acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, tem <strong>de</strong> estar a acuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observação <strong>do</strong> juiz, comoprofissional acostuma<strong>do</strong> a analisar pessoas para fazer-lhes real justiça.Não se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ixar influenciar pela natural pressa das partes emencerrar a fase probatória, esta que nunca <strong>de</strong>verá impedir o juiz <strong>de</strong> provi<strong>de</strong>nciara apuração da verda<strong>de</strong> real.Ocorre a alienação parental em 80% <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> separação/divórciocom filhos.O legisla<strong>do</strong>r sentiu a gravida<strong>de</strong> <strong>do</strong> fato, ocorrente a nível <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira“pan<strong>de</strong>mia”, e procurou dar-lhe tratamento vigoroso, infelizmenteminimiza<strong>do</strong> em fase posterior, quan<strong>do</strong> a penalização se reduziu à perdada guarda, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>veria manter o reconhecimento <strong>de</strong> tipo penalespecífico.O resulta<strong>do</strong> que preconizo nos casos <strong>de</strong> comprovação da alienaçãoparental não é o da penalização imediata, mas sim o aconselhamento, comintensida<strong>de</strong> variável <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com sua gravida<strong>de</strong> <strong>do</strong> fato e, sobretu<strong>do</strong>,ín<strong>do</strong>le <strong>do</strong> alienante, fican<strong>do</strong>, todavia, aberta a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisãoda <strong>de</strong>cisão, para mais e para menos, também sem nenhuma preocupaçãojudicial <strong>de</strong> fechar-se a porta <strong>do</strong> requestionamento a quem se sinta prejudica<strong>do</strong>por eventual mudança <strong>do</strong> quadro. Afinal, quem tenha pratica<strong>do</strong> oilícito po<strong>de</strong> redimir-se e quem foi a vítima po<strong>de</strong> tornar-se alienante, o queacontece não poucas vezes.174R. EMERJ, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 173-178, out.-<strong>de</strong>z. 2011

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