Tribunal de Justiça do Estado do Rio - Emerj
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c) cada preceito significa algo situa<strong>do</strong> no to<strong>do</strong> <strong>do</strong> or<strong>de</strong>namentojurídico. 5Não há pois como se apartar, num sério exame, da forma <strong>de</strong> interpretaçãoteleológica como meio <strong>de</strong> sistematização <strong>de</strong> uma norma legal.Nesse senti<strong>do</strong>, tentemos enten<strong>de</strong>r qual foi a intenção <strong>do</strong> legisla<strong>do</strong>rao trazer ao or<strong>de</strong>namento jurídico a regra <strong>do</strong> art. 745-A <strong>do</strong> CPC, que foipositivada nos termos da Lei 11.382/2006.Sem dúvida que o fanal persegui<strong>do</strong> teve fincas nos i<strong>de</strong>ais principiológicosda celerida<strong>de</strong> processual e da efetiva satisfação <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r, instrumentosesses que sirvam efetivamente para incentivar o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r aopagamento da dívida.A norma legal impõe, porém, o reconhecimento implícito da dívida,ou seja, segun<strong>do</strong> a regra <strong>do</strong> art. 745-A <strong>do</strong> CPC, o benefício legal só po<strong>de</strong>ser invoca<strong>do</strong> “no prazo para embargos”, e isso se o executa<strong>do</strong> estiver“reconhecen<strong>do</strong> o crédito <strong>do</strong> exequente”, estipulan<strong>do</strong> ainda que esse <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r<strong>de</strong>ve comprovar o <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> 30% da dívida.O Superior <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> Justiça assim também enten<strong>de</strong>u ao afirmaro seguinte:“Conforme entendimento jurispru<strong>de</strong>ncial pátrio, o parcelamento<strong>do</strong> débito em execução <strong>de</strong> que trata o art. 745-A <strong>do</strong>CPC não se aplica à fase <strong>de</strong> cumprimento <strong>de</strong> sentença, umavez que se mostra incompatível com o disposto no art. 475-J,caput, <strong>do</strong> CPC.” (STJ; REsp 1.127.978; Rel. Min. Vasco DellaGiustina)“Sem prejuízo, observo que um <strong>do</strong>s requisitos da concessão<strong>do</strong> parcelamento judicial, na forma em que instituí<strong>do</strong> pela Lei11.382/2006, é o reconhecimento <strong>do</strong> crédito <strong>do</strong> exequente,<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, manti<strong>do</strong> ou revoga<strong>do</strong> o parcelamento, a confissãosubsiste e gera o efeito <strong>de</strong> preclusão lógica para a tentativaposterior <strong>de</strong> se rediscutir o débito confessa<strong>do</strong>.” (STJ;MC 013989; Rel. Min. Herman Benjamin)Logo, não caberá esse beneplácito legal se houver <strong>de</strong>fesa espontânea<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r.5 REALE, Miguel. Lições preliminares <strong>de</strong> direito. São Paulo: Ed. Saraiva, 2002, p. 289/291.R. EMERJ, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 206-214, out.-<strong>de</strong>z. 2011 209