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Fundamentos de Engenharia Aeronáutica - Volume único

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Basicamente o momento de rolamento originado em uma aeronave quando em uma

situação de desequilíbrio de alinhamento nas asas depende de alguns fatores como o ângulo

de diedro, o enflechamento da asa, da posição da asa em relação à fuselagem (alta, média ou

baixa) e da superfície vertical da empenagem. Dentre esses fatores, a maior contribuição para

a estabilidade lateral estática advém do ângulo de diedro, que representa o ângulo formado

entre o plano da asa e um plano horizontal, caso a ponta da asa esteja em uma posição acima

da raiz o ângulo de diedro é considerado positivo, e, caso a ponta da asa se encontre abaixo da

raiz o diedro é considerado negativo. A Figura 5.48 mostra a configuração de diedro positivo

e negativo.

Figura 5.48 – Ângulo de diedro (positivo e negativo).

Normalmente em aeronaves de asa baixa ou média é utilizado o ângulo de diedro

positivo, pois o mesmo contribui sensivelmente para aumentar a estabilidade lateral da

aeronave. Aeronaves de asa alta também podem possuir diedro, porém em muitos casos não é

necessário, pois como o CG da aeronave se encontra localizado abaixo da asa, a própria

configuração de fixação na fuselagem já proporciona estabilidade à aeronave.

Ângulos de diedro negativo são utilizados em poucos casos e geralmente em

aeronaves de asa alta quando a mesma é muito estável como forma de melhorar a

controlabilidade da mesma. Não se aconselha o uso de diedro negativo em aeronaves de asa

baixa, pois pode ocasionar em uma perda de estabilidade lateral da mesma.

Contribuição do efeito de interferência fuselagem-asa na estabilidade lateral: quando

uma aeronave sofre uma perturbação que desloque suas asas de uma posição de equilíbrio

nivelado, uma componente do vento relativo passa a atuar ao longo do eixo lateral da mesma

(eixo y), ou seja, devido ao deslocamento lateral da aeronave, cria-se uma componente de

velocidade atuando na superfície lateral da aeronave. Essa componente flui através da

fuselagem e das asas, provocando uma mudança na força de sustentação gerada em cada asa.

O resultado da variação da força de sustentação nas asas da aeronave é a criação de um

momento de rolamento na aeronave que tende a trazer a mesma novamente para sua posição

de equilíbrio com asas niveladas ou então afastá-la cada vez mais da posição de equilíbrio.

Devido ao escoamento lateral sobre a aeronave, no caso de um avião de asa alta, a asa pela

qual o escoamento passa primeiro experimenta um escoamento induzido para cima (upwash)

que tende a aumentar a força de sustentação, a asa pela qual se dá a fuga do escoamento fica

submetida a um escoamento induzido para baixo (downwash) e, assim, uma menor força de

sustentação é criada, provocando desse modo um momento de rolamento devido ao

desbalanceamento da força de sustentação entre as duas asas, esse momento possui a

tendência estabilizadora na aeronave.

Para o caso de uma aeronave de asa baixa, o processo é o inverso e, assim, a asa pela

qual o escoamento passa primeiro experimenta um escoamento induzido para baixo

(downwash) que tende a reduzir a força de sustentação, a asa pela qual se dá a fuga do

escoamento fica submetida a um escoamento induzido para cima (upwash) e, assim, uma

maior força de sustentação é criada, provocando desse modo um momento de rolamento

devido ao desbalanceamento da força de sustentação entre as duas asas, esse momento possui

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