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Fundamentos de Engenharia Aeronáutica - Volume único

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O efeito solo geralmente se faz presente a uma altura inferior a uma envergadura da

asa, ou seja, acima dessa altura a aeronave não sente a presença do solo. A uma altura de 30%

da envergadura em relação ao solo pode-se conseguir uma redução de até 20% no arrasto

induzido e a uma altura em relação ao solo de 10% da envergadura da asa consegue-se até

50% de redução do arrasto induzido. Assim, percebe-se que quanto mais próxima do solo a

asa estiver, mais significativa é a presença do efeito solo, uma considerável diferença na

presença o efeito solo pode ser sentida quando da escolha entre uma asa alta e uma asa baixa.

O efeito solo é uma importante quantidade que pode ser aproveitada para conseguir

uma decolagem com menor comprimento de pista, pois em sua presença a aeronave terá a

tendência de decolar com uma certa antecipação, pois com a redução do escoamento induzido

a asa possuirá um maior ângulo de ataque fazendo com que mais sustentação seja gerada e um

menor arrasto seja obtido durante a corrida de decolagem.

Uma expressão que prediz o fator de efeito solo φ é proposta por McCormick [2.2] e

pode ser calculada pela solução da Equação (2.50).

2

(16 ⋅ h b)

φ =

(2.50)

2

1 + (16 ⋅ h b)

Nesta equação, o fator φ é um número menor ou igual 1, h representa a altura da asa

em relação ao solo e b representa a envergadura da asa. Pode-se perceber que quando h = b, o

fator de efeito solo φ será bem próximo de 1, e para qualquer outro valor h < b o fator de

efeito solo será um número menor que 1, ou seja, uma quantidade que representa a

porcentagem de redução do arrasto induzido pela presença do solo.

Portanto, na presença do efeito solo, o coeficiente de arrasto induzido para uma

aeronave pode ser calculado a partir da Equação (2.51).

C

Di

CL

= φ ⋅

(2.51)

π ⋅ e ⋅ AR

0

2

onde e 0 representa o fator de eficiência de Oswald e será discutido com mais detalhes quando

da determinação da polar de arrasto da aeronave.

É importante ressaltar que esta equação somente deve ser utilizada para a

determinação das características de decolagem e pouso da aeronave quando o efeito solo se

faz presente, para o vôo em altitude, o fator de efeito solo é igual a 1 e dessa forma, não altera

em nada a determinação do arrasto induzido.

Exemplo 2.15 – Determinação da influência do efeito solo no arrasto induzido.

Determine o fator de efeito solo e o respectivo coeficiente de arrasto induzido para

uma asa de envergadura 2,5m com alongamento 7,15 e que durante a corrida de decolagem

está fixada em um ângulo de incidência que proporcione um C L = 0,7. Considere e 0 = 0,75 e

uma altura da asa em relação ao solo de 0,35m.

Solução:

O fator de efeito solo é obtido pela solução da Equação (2.50).

φ =

(16 ⋅ h b)

2

1 + (16 ⋅ h b)

2

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