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ICOM International Council of Museums - International Institute for ...

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pelo menos buscar integrar o presente às suas narrativas 21 , abordando os fatos desdeuma perspectiva fenomênica, ou do cidadão comum como ator da História.3.2 – A instancia vivencialMuseus devem trabalhar as evidencias do real sob a <strong>for</strong>ma de conjuntos abertos, quese articulam em permanente e continuada interação. Esta é a idéia – já consagradano campo museológico - que fundamenta as teorias do Museu de Território e tambéma Nova Museologia. Cabe reiterar, uma vez mais, a importância desta <strong>for</strong>ma deabordagem, que permite fazer a síntese entre temporalidade e espacialidade, tradiçãoe ruptura, entre processos e produtos da ação humana.A relação entre Museologia e História pode ser vista, aqui, de um modo maiscompleto: não apenas na ordem do discurso, mas também no âmbito da práticacotidiana. Mais na essência, e menos na aparência. Neste modo de abordagem, amemória consagrada se articula com as práticas do dia a dia, ou seja, com o realvivido, possibilitando as sínteses mencionadas - e a História se constrói como soma demúltiplos recortes: o sentido não está do lado de quem faz a escrita, mas emerge detodos os lados.Não defendo aqui a perspectiva utópica das comunidades ‘igualitárias’, proposta pelosprimeiros textos da Nova Museologia – perspectiva esta já descartada pela própriaexperiência dos museus comunitários. Nem acredito que a síntese entre discurso evivência seja exclusiva dos ecomuseus. Falo, aqui, do fascinante paradoxo da práticamuseológica: atuar simultaneamente sobre todos os tempos e espaços possíveis,registrando todos os olhares possíveis, usando todas as linguagens possíveis, pararecriar, de <strong>for</strong>ma especialíssima, a memória-síntese (que se constitui na fronteira entreo emergente e o consagrado), o discurso-síntese (o dito e o não dito, o ausente e opresente), o cenário-síntese (a história <strong>of</strong>icial e as evidencias que permanecem àmargem); e fazê-lo através do recorte, tratando cada referencia como um fractal.Esta é a perspectiva que permite aos museus atuar verdadeiramente como espaçosde fronteira, pontes entre culturas, como espelho multifacetado da experiênciahumana, onde todos podem reconhecer-se, compreender-se e aprender a respeitar oDiferente, através de si mesmos – percebendo a História não como retorno, mas com<strong>of</strong>luxo, onde cada indivíduo, cada sociedade tem seu significado e seu lugar.Rio de Janeiro, março de 200621 Ver comentário sobre os Museus do Holocausto. In: SCHEINER, Tereza. Museología, Patrimonio y la construcciónde la Historia. Op. Cit.59

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