18.04.2013 Views

Direito em Movimento - Emerj

Direito em Movimento - Emerj

Direito em Movimento - Emerj

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

nocivo da propriedade, sendo proveniente do exercício de um direito,<br />

t<strong>em</strong> orig<strong>em</strong> lícita, porém, torna-se passível de repressão, por ser<br />

anormal, caracterizando um excesso injustificável, quando interfere<br />

no sossego, na segurança e na saúde de terceiros. A repressão se<br />

impõe quando a incolumidade física e psíquica do vizinho é atingida.<br />

Para que haja a repressão no exercício da propriedade, é preciso<br />

que se examine as circunstâncias do fato, a interferência no sossego,<br />

na segurança e na saúde dos vizinhos, não sendo necessária a<br />

ocorrência de um dano.<br />

O t<strong>em</strong>or e o desconforto existe. A mídia t<strong>em</strong> mostrado o<br />

perigo e os danos que os cães da raça Pit Bull pod<strong>em</strong> causar. Os<br />

tribunais se manifestam contra e a favor da manutenção de cães<br />

<strong>em</strong> edifícios residenciais. Porém, tratando-se da raça Pit Bull há<br />

um consenso sobre a vedação da permanência destes <strong>em</strong><br />

condomínios: "(...) sua raça foi, notoriamente, desenvolvida para<br />

que seus componentes foss<strong>em</strong> animais de luta, dotados de grande<br />

força e ferocidade. Mesmo que o animal seja ordinariamente dócil,<br />

não se pode afastar a hipóteses de que, <strong>em</strong> determinadas ocasiões,<br />

seu instinto o leve a praticar atos agressivos, que poderão ser de<br />

trágicas conseqüências <strong>em</strong> virtude das características referidas."<br />

(TJSP - Des. Maurício Vidigal. J. 24.10.2000); DIREITO DE<br />

VIZINHANÇA. MAU USO DA PROPRIEDADE. CONCEITO. "Com efeito,<br />

não obstante seja difícil traçar uma linha divisória entre o uso<br />

regular e o irregular da propriedade, o que mais se agrava<br />

considerando as condições subjetivas dos habitantes dos prédios<br />

limítrofes, observa WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO (Curso de<br />

<strong>Direito</strong> Civil, 3º vol., Saraiva, 31ª ed., p. 139) que o critério<br />

preconizado na doutrina e na jurisprudência é o da normalidade.<br />

Isto é, se normal, regular, ordinário e comum o uso da propriedade,<br />

há que se considerá-lo justo e jurídico; se, porém, nele se vislumbra<br />

qualquer exorbitância, exagero, suscetível de ser r<strong>em</strong>ediado ou<br />

atenuado, mas não foi, o uso será nocivo, ilícito, condenado pelo<br />

direito. Não se perquire acerca da boa ou má-fé do proprietário.<br />

O critério, repita-se, é o da normalidade, dispensando-se<br />

investigações psicológicas, até porque é muito antiga a idéia de<br />

que nas relações de vizinhança há também responsabilidade s<strong>em</strong><br />

culpa. Havendo ou não culpa, o que é irrelevante, existindo uso<br />

nocivo, responde s<strong>em</strong>pre o mau usuário." (2º TACSP, Ap. c/ Rev.<br />

529130-2, São Paulo, Rel: Juiz Renato Sartorelli, Julg. <strong>em</strong> 30/11/98.<br />

Juruá, 209/169).<br />

42 <strong>Direito</strong> <strong>em</strong> <strong>Movimento</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!