A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

paciente e dirigir-se naturalmente a outro paciente após o óbito, não foram
citados por eles, bem como em nossos achados não encontramos respostas
relativas aos seguintes papéis destacados na pesquisa dos citados autores:
avaliar e acompanhar “tecnicamente” o paciente até após sua morte, e
realizar procedimentos legais relacionados à morte, citados respectivamente
por alunos do primeiro e quinto ano.
B) Promover qualidade de morte. Os entrevistados citaram vários
aspectos resumidos por meio da expressão qualidade de vida, ao se
referirem ao acompanhamento do processo de morte de um paciente.
De acordo com as respostas dadas, a qualidade de morte vai
compreender todas as ações realizadas no sentido de promover conforto
físico e emocional ao paciente. O conforto físico corresponde a aliviar o
sofrimento físico, a dor do paciente, e demanda meios técnicos para seu
alcance. Já o conforto emocional diz respeito às ações capazes de propiciar
o bem-estar do paciente, por um lado através da presença de pessoas
queridas e realização de pequenos desejos; por outro, por meio da interação
com seu médico, sendo enfatizados a qualidade da atenção dada ao
paciente e o tipo de comunicação estabelecida. Eles reclamam uma
comunicação com o uso de informações claras e verdadeiras sobre o estado
do paciente, aliada à disponibilidade para perguntas e respostas entre
médicos e pacientes - que vamos chamar aqui de comunicação qualificada
ou competência comunicacional. Portanto, promover qualidade de vida
/morte é promover conforto físico, conforto emocional para o paciente,
demandando recursos técnico e não-técnicos para seu alcance.
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