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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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Analisaremos como se constroem ou não os elementos <strong>de</strong>ssas<br />

condutas no capítulo 7. Os alunos a partir <strong>do</strong> quarto ano e os resi<strong>de</strong>ntes<br />

assinalam que não estão sen<strong>do</strong> prepara<strong>do</strong>s, ou não foram prepara<strong>do</strong>s nesse<br />

senti<strong>do</strong> no ensino médico. O <strong>de</strong>poimento a seguir revela essa percepção:<br />

99<br />

“Fala-se muito em humanização, mas na prática a gente vê<br />

pouco. São poucos os professores que dão bons mo<strong>de</strong>los, é<br />

mais pregação. Cada um faz o que acha certo.” [Fragmento<br />

<strong>de</strong> entrevista – Fernanda, 4º ano /8º perío<strong>do</strong>].<br />

No entanto, é possível observar a presença <strong>de</strong> uma concepção <strong>do</strong><br />

papel <strong>do</strong> médico no enfrentamento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> morte <strong>de</strong> um paciente<br />

com características <strong>de</strong> um encontro humaniza<strong>do</strong>.<br />

São situações que indicam uma preocupação com a qualida<strong>de</strong> da<br />

comunicação na relação médico-paciente, com a humanização <strong>de</strong>sse<br />

processo. Situações que sinalizam o favorecimento da retomada, pelo<br />

paciente, <strong>de</strong> sua condição <strong>de</strong> sujeito <strong>de</strong> seu processo <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> morte.<br />

Atitu<strong>de</strong>s opostas à mentalida<strong>de</strong> da morte invertida, ainda forte na<br />

contemporaneida<strong>de</strong> e tão responsável pela expropriação <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />

morrer. Atitu<strong>de</strong>s essas que, no dizer <strong>de</strong> Kovács (2003), caminham em<br />

direção a uma morte “rehumanizada” 3 .<br />

A autora nos adverte que:<br />

O hospital contemporâneo se presta muito bem ao<br />

ocultamento da <strong>do</strong>ença e da morte: controlam-se os horários<br />

<strong>de</strong> visita, encobre-se aquilo que não po<strong>de</strong> ser visto. Para<br />

3 A “rehumanização” <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> morrer é <strong>de</strong>finida por Kovács (2003, p. 102) como<br />

“uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reaproximação da morte pelas pessoas, que voltam a se tornar o<br />

centro da ação no momento mais significativo da vida – o da própria morte”.

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