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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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humanos que o conversar sobre a morte e o morrer <strong>de</strong>mandam, sem um<br />

“bom suporte” como lembrou o resi<strong>de</strong>nte.<br />

A validação <strong>de</strong> tal proposição encontra senti<strong>do</strong> num contexto <strong>de</strong><br />

rehumanização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> morte, que se insurge contra a<br />

medicalização da morte. Medicalização esta, fruto muitas vezes <strong>do</strong> avanço<br />

<strong>de</strong>smedi<strong>do</strong> da técnica e das ilusões <strong>do</strong>s filhos <strong>de</strong> Asclépio em excluir a<br />

morte da cena médica, que por sua vez representa um contexto que<br />

restringe o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atendimento requeri<strong>do</strong> pela citada proposição.<br />

164<br />

Para não ser meramente técnicos, mas técnicos e humanos como<br />

<strong>de</strong>sejam, precisam reencontrar-se com a dimensão intersubjetiva, antes<br />

recusada em nome <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> científica. Como já afirmamos, é<br />

impossível não comunicar, mas o que esta proposição preten<strong>de</strong> é lançar<br />

mão da linguagem como uma ferramenta ativa <strong>de</strong> comunicação, que <strong>de</strong> fato<br />

o é.<br />

Para Habermas (1989), a linguagem só existe como um ato. Esse ato<br />

cria<strong>do</strong>r <strong>de</strong> sujeitos e seus mun<strong>do</strong>s na e pela linguagem que nos faz<br />

experimentar o que somos com o encontro com o que não somos, é diálogo<br />

(Ayres, 2001). Implica uma abertura para esse outro, uma disposição para o<br />

encontro intersubjetivo.<br />

Mas nem sempre esse ato objetiva o entendimento intersubjetivo, o<br />

compartilhamento <strong>de</strong> representações simbólicas, típicas <strong>do</strong> intento <strong>de</strong> uma<br />

racionalida<strong>de</strong> comunicativa. Po<strong>de</strong>, sim, apresentar-se como ferramenta<br />

pragmática que serve apenas para transmissão <strong>de</strong> informações técnicas,<br />

coerente com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> uma racionalida<strong>de</strong> instrumental, que busca atingir

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