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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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28<br />

a fenomenologia não concebe a subjetivida<strong>de</strong> em oposição à<br />

objetivida<strong>de</strong>, porque esses <strong>do</strong>is termos estão em correlação:<br />

o sujeito que realiza objetiva-se em sua ação e seu produto é<br />

sua própria subjetivação.<br />

A analítica fenomenológica hei<strong>de</strong>ggeriana, por sua vez, apresenta<br />

diferenciações da analítica husserliana, mas também muitas possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> articulações. Husserl e Hei<strong>de</strong>gger estão muito mais próximos um <strong>do</strong><br />

outro, em suas analíticas, que o conflito entre os <strong>do</strong>is, nos anos 20 e 30 <strong>do</strong><br />

século passa<strong>do</strong> (ou a controvérsia estimulada pelos discípulos), <strong>de</strong>ixou<br />

transparecer (Josgrilberg, 2002). Não será objeto <strong>de</strong> aprofundamento tal<br />

questão, embora seja oportuno explicitar alguns aspectos com os quais<br />

trabalharemos, e que são corrobora<strong>do</strong>s pela reflexão <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> autor.<br />

É fato que ambas as analíticas perguntam, por caminhos diferentes, o<br />

senti<strong>do</strong> da ciência em relação àquele que a produz ou aquele que se<br />

beneficia. Husserl pergunta por aquele que a produz e suas origens<br />

(subjetivida<strong>de</strong> transcen<strong>de</strong>ntal, fundação transcen<strong>de</strong>ntal das ciências,<br />

concreção no mun<strong>do</strong> da vida); Hei<strong>de</strong>gger pergunta pelo mo<strong>do</strong> pelo qual a<br />

ciência participa da estrutura da hermenêutica existenciária e da<br />

interpretação <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> ser. Essas analíticas nasceram e se<br />

estruturaram como caminho para uma filosofia <strong>do</strong> senti<strong>do</strong>. Ambas implicam,<br />

<strong>de</strong> início, uma teoria <strong>do</strong> significa<strong>do</strong>, e são, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fonte, hermenêuticas<br />

(Josgrilberg , 2002).<br />

A analítica da existência humana, tratada por Hei<strong>de</strong>gger, não só<br />

colocará a interpretação da existência <strong>do</strong> homem sob nova luz, mas tomá-la-<br />

á, a existência mesmo, como a nova essência <strong>do</strong> homem, tal como mostra

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