A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

Pereira (2004) adverte que seria um erro acreditar que as
Humanidades Médicas haviam emergido somente na década de 1960. Ele
afirma que seria mais acurado referir-se ao seu ressurgimento nessa
década, tornando-se presença mais comum nas décadas de 1980 e 1990.
As “Humanidades Médicas”, portanto, dirigem seu olhar para a
humanização da assistência. Objetivam não somente melhorar a relação
médico-paciente, as capacidades comunicacionais dos médicos, mas
também aprofundar a narrativa do paciente e procurar novas formas de
promoção de bem-estar, reduzindo o impacto da doença e do sofrimento.
Têm sido também elegida, ainda que timidamente, como um espaço para se
discutir o enfrentamento da morte de um paciente em suas questões
simbólicas e existenciais.
Cabe ressaltar que as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Medicina, homologadas pelo Conselho Nacional de
Educação / Câmara de Educação Superior / Resolução CNE/CES nº4, de 7
de novembro de 2001; oficializaram o acompanhamento do processo de
morte como uma habilidade a ser desenvolvida no ensino médico.
Temos no artigo 5º: ”A formação do médico tem por objetivo dotar o
profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes
competências e habilidades específicas”. Com destaque no Item XIII - atuar
na proteção e na promoção da saúde e na prevenção de doenças, bem
como no tratamento e reabilitação dos problemas de saúde e
acompanhamento do processo de morte.
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