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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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trabalha<strong>do</strong>s no programa <strong>de</strong> tutoria também apresentam a relação médico-<br />

paciente como prioritária para os alunos <strong>do</strong> internato.<br />

No entanto, essas <strong>de</strong>mandas são silenciadas diante <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />

biomédico, que não consi<strong>de</strong>ra a experiência <strong>do</strong> sofrimento como integrante<br />

<strong>de</strong> sua relação profissional, que não reconhece os cuida<strong>do</strong>s que os <strong>do</strong>entes,<br />

moribun<strong>do</strong>s ou não, necessitam enquanto pessoas – salvo as crescentes<br />

experiências na implantação <strong>de</strong> currículos novos que atendam às novas<br />

diretrizes curriculares para o ensino médico.<br />

Mais uma vez encontramos convergência entre as concepções <strong>do</strong>s<br />

entrevista<strong>do</strong>s com as propostas das diretrizes curriculares, que mencionam<br />

“o acompanhamento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> morte” como uma capacida<strong>de</strong> a ser<br />

<strong>de</strong>senvolvida pela formação médica. Um mesmo horizonte normativo, que se<br />

apresenta na contramão da tendência cultural e hospitalar <strong>de</strong> ocultamento e<br />

afastamento da vivência <strong>de</strong> morte (Falcão e Lino, 2004).<br />

Esse é o locus em que estão inseri<strong>do</strong>s nossos entrevista<strong>do</strong>s,<br />

transitan<strong>do</strong> entre a firmeza <strong>de</strong> um horizonte normativo que expressa na<br />

primeira pessoa: “eu quero continuar com o mo<strong>de</strong>lo que eu acho certo e<br />

estar junto <strong>do</strong> meu paciente para cura ou para ajudá-lo a morrer com<br />

qualida<strong>de</strong>”, e a relativização <strong>de</strong>sse mesmo horizonte, fabricada no dia-a-dia<br />

<strong>de</strong> sua formação e relatada esquivadamente em terceira pessoa: “não é<br />

culpa <strong>do</strong> médico se ele não tem condições <strong>de</strong> estar perto <strong>de</strong> um paciente<br />

terminal”.<br />

“Ter jeito com pessoas” e “ter jeito com pessoas” diante da morte,<br />

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implica implementar mudanças na formação médica que contemplem o

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