12.04.2013 Views

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A fenomenologia hei<strong>de</strong>ggeriana, como méto<strong>do</strong>, recoloca o homem na<br />

sua condição existencial, buscan<strong>do</strong> compreendê-lo na sua “facticida<strong>de</strong>”,<br />

aceitan<strong>do</strong> como mo<strong>do</strong> constitutivo <strong>de</strong> seu ser no mun<strong>do</strong>, o caráter <strong>de</strong><br />

mutabilida<strong>de</strong> e relativida<strong>de</strong> – enfim a flui<strong>de</strong>z <strong>do</strong> seu existir. Neste senti<strong>do</strong>,<br />

mostra-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as ciências da saú<strong>de</strong> ampliarem o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

conceber seus estu<strong>do</strong>s sobre o homem, passan<strong>do</strong> a consi<strong>de</strong>rá-lo na sua<br />

vivência, na sua totalida<strong>de</strong> e no seu fluxo no tempo, com seus<br />

entrelaçamentos existenciais, incorporan<strong>do</strong> sua historicida<strong>de</strong>.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, é no reconhecimento da facticida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

enquanto mun<strong>do</strong> vivi<strong>do</strong> que Husserl se aproxima por seus próprios caminhos<br />

da perspectiva <strong>de</strong> Hei<strong>de</strong>gger. Trata-se <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> em sua cotidianida<strong>de</strong>,<br />

tanto quanto em sua condição <strong>de</strong> a priori universal <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os mun<strong>do</strong>s e <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> comum <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s.<br />

De acor<strong>do</strong> com Josgrilberg (2002), o mun<strong>do</strong>-da-vida (“Lebenswelt”)<br />

aponta para o da<strong>do</strong> <strong>de</strong> que to<strong>do</strong>s os distintos “mun<strong>do</strong>s”, e inclusive o mun<strong>do</strong><br />

da ciência, fundam-se por referência ao mun<strong>do</strong> comum e a priori. O mun<strong>do</strong><br />

da ciência tem a pretensão <strong>de</strong> dizer o que é a realida<strong>de</strong>. O “Lebenswelt” não<br />

diz o que é a realida<strong>de</strong>, mas é a sedimentação última <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

horizonte <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> em que vivemos concretamente.<br />

Por isso, uma questão primordial e <strong>de</strong> consenso acerca da condução<br />

<strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> na perspectiva fenomenológica é que o pesquisa<strong>do</strong>r é co-<br />

participante <strong>do</strong> mostrar-se <strong>do</strong> fenômeno e não como alguém que, numa<br />

postura neutra, observa o que ocorre fora <strong>de</strong>le, mesmo porque só é possível<br />

interrogar aquilo <strong>de</strong> que fazemos parte.<br />

30

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!