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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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A capacida<strong>de</strong> constante <strong>de</strong> voltar ao diálogo, <strong>de</strong> ouvir o outro, parece<br />

ser a verda<strong>de</strong>ira elevação <strong>do</strong> homem a sua humanida<strong>de</strong>, afirma Gadamer<br />

(2002).<br />

De outro la<strong>do</strong>, recorremos também à Ontologia Hei<strong>de</strong>ggeriana, que,<br />

ao mesmo tempo em que critica o pensar instrumental, metafísico, nos<br />

convida ao reencantamento com o humano, re<strong>de</strong>finin<strong>do</strong> que humano é esse,<br />

a que ele se <strong>de</strong>stina.<br />

Hei<strong>de</strong>gger (1995), ao voltar-se para questão <strong>do</strong> <strong>“ser</strong>”, busca o senti<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>sse <strong>“ser</strong>” analisan<strong>do</strong> o ente-homem, em sua existência concreta,<br />

cotidiana, impermanente e compartilhada – humana. Interpreta, pois, a<br />

existência <strong>do</strong> homem sob nova ótica. A essência <strong>do</strong> homem resi<strong>de</strong> na sua<br />

existência.<br />

239<br />

Michelazzo (2002) assegura que, ao mostrar o homem como<br />

existente, Hei<strong>de</strong>gger difere significativamente <strong>do</strong> pensamento substancialista<br />

que o concebe como entida<strong>de</strong> fechada, idéia essa marcante no pensar<br />

metafísico.<br />

Esse ente-homem ele vai chamar <strong>de</strong> Dasein – o ser-aí. O ser é<br />

movimento, é um ser sen<strong>do</strong>, não po<strong>de</strong> ser nunca objetiva<strong>do</strong>, preso em um<br />

único senti<strong>do</strong>. O ser-aí tem que construir-se a cada instante, em cada<br />

escolha. É sempre possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser e responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser, é<br />

fundamentalmente po<strong>de</strong>r-ser: projeto.<br />

É também constituinte <strong>do</strong> ser-aí o fato <strong>de</strong> <strong>“ser</strong>-no-mun<strong>do</strong>”. O mun<strong>do</strong>,<br />

nesse senti<strong>do</strong>, é uma totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações significativas, não sen<strong>do</strong><br />

possível concebê-lo à parte <strong>do</strong> ser-aí, nem esse fora <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Ou seja, o

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